terça-feira, 30 de agosto de 2011

UMA HISTÓRIA MAIS COMPLETA

| FESTAS DE AGOSTO DE MONTES CLAROS |


172 ANOS DE EXISTÊNCIA E RESISTÊNCIA

AS FESTAS DE AGOSTO, MAIOR E MAIS IMPORTANTE MANIFESTAÇÃO CULTURAL POPULAR E TRADICIONAL DE MONTES CLAROS, COM 172 ANOS DE EXISTÊNCIA E RESISTÊNCIA - SURGIRAM NA CIDADE EM 1839 -, SÃO FESTAS RELIGIOSAS, PARTE IMPORTANTE DO CATOLICISMO POPULAR DA CIDADE, EM HOMENAGEM A NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, SÃO BENEDITO E AO DIVINO ESPÍRITO SANTO.

O GRANDE COORDENADOR DAS FESTAS DE AGOSTO É O POPULAR MESTRE ZANZA (JOÃO PIMENTA DOS SANTOS), PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS GRUPOS DE CATOPÊS, MARUJOS E CABOCLINHOS DE MONTES CLAROS E CHEFE DO 1º GRUPO DE CATOPÊS DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO.

ALÉM DAS PRÁTICAS PURAMENTE RELIGIOSAS, TAIS COMO MISSAS, BÊNÇÃOS E LEVANTAMENTO DE MASTROS, REALIZAM-SE TAMBÉM OS CATOPÊS OU DANÇANTES (OS AUTÊNTICOS “DONOS DAS FESTAS”), MARUJOS OU MARUJADAS, CABOCLINHOS OU CABOCLADA, BEM COMO VISITAS AOS MORDOMOS E FESTEIROS, E ALMOÇOS NOS DIAS DAS FESTAS OFERECIDOS PELOS FESTEIROS, PAIS DOS REIS E RAINHAS DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO E DE SÃO BENEDITO, BEM COMO DO IMPERADOR E IMPERATRIZ DO DIVINO.

NESTE ANO, AS GRANDIOSAS FESTAS DE AGOSTO ACONTECERAM NO PERÍODO DE 17 A 21 DE AGOSTO DE 2011. PARALELAMENTE ÀS FESTAS DE AGOSTO, A PREFEITURA DE MONTES CLAROS, ATRAVÉS DA SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA, PROMOVEU, COM AMPLA PROGRAMAÇÃO E AMPLIAÇÃO DE FORMATO, CONSEQUENTEMENTE DE ESPAÇOS E ESPETÁCULOS, O 33º FESTIVAL FOLCLÓRICO DE MONTES CLAROS, CRIADO, EM GESTÃO DE “SEU” TONINHO REBELLO (ANTÔNIO LAFETÁ REBELLO), PELAS MÃOS DE CLARICE MACIEL, ENTÃO DIRETORA DO CENTRO DE EXTENSÃO CULTURAL (HOJE CENTRO CULTURAL HERMES DE PAULA), PARA "APROVEITAR O MOVIMENTO DAS FESTAS DE AGOSTO" QUE – NÃO É VERDADE! – NUNCA CORRERAM “SÉRIO” RISCO DE DESAPARECIMENTO.

E NEM CORRERÃO, POR MAIS QUE JÁ TENHAM TENTADO, NO PASSADO, TRANSFORMÁ-LAS EM “ESPETÁCULO DE PALCO” OU MERO ITEM DA PROGRAMAÇÃO DO “JOVEM” FESTIVAL, COM AS GRAÇAS E PROTEÇÃO DE DEUS, NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, DE SÃO BENEDITO E DO DIVINO ESPÍRITO SANTO!...

AMÉM!


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SENHORES MESTRES, OS LEGÍTIMOS “REIS” DAS FESTAS:

CHEFES DOS TRÊS GRUPOS DE CATOPÊS, DOIS DE MARUJOS E UM DE CABOCLINHOS DE MONTES CLAROS

1. Chefe do 1º Grupo de Catopês de Nossa Senhora do Rosário:
João Pimenta dos Santos (Mestre Zanza), Coordenador das Festas de Agosto e Presidente da Associação dos Grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros, para cuja criação demos o necessário apoio técnico, junto ao então amigo Joba Costa;

2. Chefe do 2º Grupo de Catopês de Nossa Senhora do Rosário:
João Batista Faria (Mestre João Faria);

3. Chefe do Grupo de Catopês de São Benedito:
José Expedito Cardoso do Nascimento (Mestre Zé Expedito);

4. Chefe do 1º Grupo de Marujos ou Marujada:
Iderielton Oliveira da Cruz (Mestre Tim), filho do saudoso Mestre Nenzinho (José Calixto da Cruz);

5. Chefe do 2º Grupo de Marujos ou Marujada:
Após o falecimento do querido Mestre Miguel Pereira (Miguel Marujo), que era, também, Vice-Presidente da Associação dos Grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros, assumiu a 2ª Marujada Tone Cachoeira;

6. Chefe do Grupo de Caboclinhos ou Caboclada:
Maria do Socorro Pereira Domingos (Cacicona Socorro), junto ao irmão Dudu, filha do saudoso Mestre Joaquim Pólo.

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PROGRAMAÇÃO DAS FESTAS DE AGOSTO/2011


As Festas de Agosto de Montes Claros tiveram início neste ano efetivamente na noite do dia 17 de agosto, quarta-feira, com o Levantamento do Mastro de Nossa Senhora do Rosário, Santa Protetora dos Negros, por eles - Grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos - homenageada, junto a São Benedito e ao Divino Espírito Santo, em frente à Igrejinha do Rosário, na Praça Portugal, às 21h30 horas, saindo da Rua Dr. Veloso, nº 777 - Centro. Marcado para as 21h30, o Levantamento do Mastro sofreu atraso. A “Mordona” ou dona da bandeira de Nossa Senhora do Rosário neste ano foi a Sra. Walquíria Aquino (e família). “Com Nossa Senhora do Rosário seremos felizes!” Viva Nossa Senhora do Rosário! Viva!...

A quinta-feira, dia 18/08, foi de festa, a 1ª Festa, ou seja, o maravilhoso “Reinado de Nossa Senhora do Rosário” – na cor azul -, saindo da frente do Automóvel Clube de Montes Claros, na Praça Dr. João Alves, percorrendo ruas centrais da cidade - Dom João Pimenta, Camilo Prates, Governador Valadares -, até a Igrejinha do Rosário, acompanhado pela Banda do 10º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais, que sempre abrilhanta as Festas. A saída é marcada para as 09h30, mas sempre acontece o “famoso” atraso. O Rei de Nossa Senhora do Rosário, Rik Ferreira Alves, é filho de Rodrigo Olímpio Fernandes e Maria Verônica Ferreira, e a Rainha de Nossa Senhora do Rosário, Maria Clara Nery Narciso, é filha de Antônio Narciso Soares Neto e Elinere Amorim Nery. A festa (almoço) foi oferecido pelas famílias festeiras no Clube dos Ferroviários.

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Na quinta à noite, aconteceu o levantamento do Mastro de São Benedito, na Igrejinha do Rosário, cuja Mordoma foi Terezinha de Jesus Lima (e família), com saída da Rua Joaninha Prates, nº 69, Bairro Alice Maia. Marcado para as 19h30, o Levantamento do Mastro sofreu o "tradicional" atraso.

A sexta-feira, 19/08, foi o dia do lindo Reinado de São Benedito, na cor rosa. O Rei, Charley Thiago Pereira Aguiar, é filho de Guilherme Prates Sobrinho e Marinéia Pereira Aguiar, e a Rainha foi Maria Fernandes Rodrigues Gomes de Melo, filha de Jean Pablo de Melo e Josiane Rodrigues de Melo, duas vezes Imperatriz do Divino anteriormente. O almoço foi oferecido pelas famílias festeiras, que assumiram a festa no último momento, em homenagem a São Benedito e em respeito aos catopês e cia, no Círculo Operário. Para o ano que vem, Liege Rocha solicita a honra de ser Festeira das Festas de Agosto, organizando e realizando o “Reinado de São Benedito”, mas outros nomes (famílias) também se ofereceram para o mesmo e honroso encargo, segundo o querido Mestre Zé Expedito nos disse em casa na última semana. A lista de prováveis ou já definidas famílias festeiras está em mão de Marilene Mourão, da Secretaria Municipal de Cultura (Biblioteca Pública Municipal Dr. Antônio Teixeira de Carvalho, o Dr. Santos, no Centro Cultural Hermes de Paula), que apoia as mesmas séria e dedicadamente há longos anos.


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Na noite de sexta, aconteceu o levantamento do Mastro do Divino Espírito Santo, na Igrejinha do Rosário, cujo Mordomo foi Iderian Sebastião Neto (e família), com saída da Rua Santa Cristina, nº 22 – Vila Ipiranga.

No dia 20/08 (sábado), aconteceu o belíssimo “Império do Divino Espírito Santo” – na cor vermelha -, cujos Festeiros foram Mércio Eustáquio de Oliva Brasil e Leda de Magalhães Ferreira de Oliva Brasil. O Imperador Cauã Lucrécio de Souza Brasil é filho de João Gabriel de Magalhães Ferreira de Oliva Brasil e Maria Clara Débora Santos Souza. A Imperatriz, Thamily Emanuelle Ferreira da Cruz, é filha de Iderielton Oliveira da Cruz (Mestre Tim) e Laura Franciele Ferreira da Cruz. O Imperador e a Imperatriz desfilaram sob o pálio, carregado por jovens soldados do Exército, com longo e belo cortejo de príncipes e princesas.

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NOTA ESPECIAL: Para o ano que vem, a Imperatriz já está definida: será a bela e querida garota Sophia, filha de Ângela Assis Martins e Robert Gregory, ele americano, que residem em Nova York, neta do querido casal montes-clarense Rosângela Assis Martins e Américo Martins Filho. Neste ano, a meiga e naturalmente “aristocrática” Sophia, com seu porte altivo e, ao mesmo tempo, elegantemente suave, voltou a ser Princesa do Império do Divino, usando a mesma roupa utilizada pela mãe, Ângela, quando Princesa das Festas do Império no passado. Apaixonada pelo Brasil e, de modo especial, por Montes Claros, Sophia declarou, graciosamente, a TV local que “o Brasil é o melhor Brasil (país) do mundo!...”. O Imperador poderá ser Afonso Carlos Avelar Filho, belo neto da também muito querida Beatriz (Bia) Avelar, que acompanhou Sophia no cortejo deste ano. O seu pai, Afonso Carlos, nos disse que irá estudar com carinho o assunto. Vamos torcer, junto à querida mãe do, quem sabe, futuro Imperador, que era só esperança, entusiasmo, fé e alegria no dia da Festa do Divino!...

No domingo, 21/08, último dia das “Festas de Agosto”, realizou-se, às 10h00, o “Encontro Mineiro de Ternos de Congado”, que reuniu vários grupos convidados, na sede da Associação dos Grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros, situada na Rua Humaitá, nº 126, com Santa Efigênia, no Bairro Morrinhos, seguido de almoço de congraçamento.

Às 15h30, aconteceu a grandiosa “Procissão de Encerramento” das Festas de Agosto, que reuniu os Reinados, Império, Grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos e grupos de congado convidados, com saída (às 15h30) da Praça Dr. Chaves ou da Matriz, seguindo pela Av. Filomeno Ribeiro, Rua Dr. Santos, Rua Dom Pedro II, Rua Camilo Prates e Rua Governador Valadares, até a Igrejinha do Rosário, onde o Padre Fernando não encerrou as Festas de Agosto somente com uma bênção, mas celebrando, sim, a Missa de Encerramento das Festas.

As Festas de Agosto contaram, mais uma vez, com expressivo apoio financeiro da Secretaria Municipal de Cultura/Prefeitura de Montes Claros (de R$ 25.000,00 para 30.000,00, divididos igualmente entre os seis grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos, com cada grupo recebendo, portanto, R$ 5.000,00) e, também, através da bela decoração de todas as ruas por onde passaram os grupos, Reinados e Império: as tradicionais fitas coloridas, símbolo maior das Festas (“as chamadas “saias de fitas”), lembrando os capacetes dos catopês, e os “oratórios” de Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e do Divino Espírito Santo, cujas artes foram definidas pelos nomes de Wandaick Santos e Roberto Marques (também grande Chefe da Divisão de Cultura da Secretaria Municipal de Cultura), duas “feras” das artes visuais da cidade, e as peças confeccionadas por equipe da Secretaria de Cultura, que contou com inúmeros nomes, com destaque para o “Seu” Chico e Claudinho, na execução das peças artisticamente mais complexas, assinadas por Roberto e "Daick”.

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PADRE JOÃO BATISTA LOPES, 
O “PADRE DOS CATOPÊS” 

* Foto Silvana Mameluque 
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Muito sentida (lamentada em todos os lugares e mesmo chorada!) a ausência do querido Padre João Batista Lopes, nas Festas de Agosto deste ano. Da Paróquia de São Norberto, ele era o extremamente querido e estimado “Padre dos Catopês, que completou 35 anos de Sacerdócio, em 2010, com toda a sua alegria, contagiante paixão pelas Festas e visível emoção, pedindo palmas, longos aplausos e vivas, vivórios a Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e ao Divino Espírito Santo, bem como aos Grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos, ao longo do percurso dos Reinados de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito e do Império do Divino Espírito Santo, nas ruas centrais da cidade, que seguia ou acompanhava livremente, cumprimentando, abraçando, abençoando e envolvendo, em seu imenso entusiasmo, ternura e carinho, toda a população que se fazia presente e, especialmente, na Igrejinha do Rosário. Passou o nobre e sagrado ofício, neste ano, ao jovem e querido padre Fernando Soares Almeida, da Paróquia do Orfanato da Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Coordenador da Pastoral Universitária, que teve a preocupação de inteirar-se, inicialmente, de todos os fundamentos das Festas, honrando o espaço ou o “cargo” tantos anos ocupado, com profunda devoção, compreensão, afeição e alegria, pelo nosso querido primo Padre João...


Viva, Viva, Viva, Viva!...

Viva! Viva! Viva! Viva o Padre João Batista!...

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FESTAS DE AGOSTO DE MONTES CLAROS 
POR HERMES DE PAULA


*AMOSTRAGEM HISTÓRICA

*ÉPOCA DA REALIZAÇÃO

*RELIGIOSIDADE DAS FESTAS

*QUANDO TIVERAM INÍCIO

*DESCRIÇÃO DOS GRUPOS DE CATOPÊS, MARUJOS E CABOCLINHOS; REINADOS DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, DE SÃO BENEDITO E IMPÉRIO DO DIVINO ESPÍRITO SANTO.


Obs.: Atualização de texto do livro “Montes Claros, sua história, sua gente, seus costumes” do grande historiador e folclorista Hermes Augusto de Paula - Volume Costumes - Folclore

Importante: Alguns atos e/ou personagens desaparecidos das Festas de Agosto vêm sendo, ano a ano, resgatados pelos grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos, únicos legitimamente “autorizados” a fazê-lo, pois as Festas de Agosto são genuinamente populares e os Catopês ou Dançantes os seus autênticos e únicos “Donos”. Ninguém mais, de onde quer que seja, está “autorizado” a “inter-ferir” nos rumos ou mudanças naturais das Festas. Outros atos ou personagens ficaram, infelizmente, esquecidos no passado, talvez um dia por eles relembrados e resgatados...

HISTÓRICO DAS FESTAS DE AGOSTO DE MONTES CLAROS

Há quase 200 anos (exatos 172 anos) que, nos dias l5, 16, 17 e 18 de agosto (podendo sofrer variação de datas), realizam-se em Montes Claros festas religiosas, parte do catolicismo popular da cidade, em homenagem a Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e ao Divino Espírito Santo, respectivamente. Além das práticas puramente religiosas, tais como missas, bênçãos e levantamento de mastros, realizam-se também os Marujos ou Marujada, Caboclinhos ou Caboclada, Catopês ou Dançantes. Antigamente, aconteciam também as Cavalhadas e o Bumba-meu-Boi, mas estes últimos atos não se realizam há muitos anos.

A mais antiga notícia sobre as Festas é datada de 23 de maio de 1839, há, pois, exatos 172 anos, quando “Marcelino Alves pediu licença para tirar esmolas para as festas de Nossa Senhora do Rosário e do Divino Espírito Santo que pretendia fazer nesta freguesia”.

Nessa não se especificam as festas, mas quando se comemorou a coroação de Dom Pedro II, em 8 de setembro de 1841, depois do cortejo ou passeata com a efígie do imperador, foram permitidos vários divertimentos durante três dias: “Catopês, cavalhadas, volantins e quaisquer outros divertimentos que não ofendam a moral pública”.

a) CATOPÊS OU DANÇANTES

 É o mesmo zumbi ou congada/congado de outros lugares, tendo, entretanto, características regionais.

Os componentes eram, em sua maioria, pretos dóceis e alegres. Agrupam-se “em ternos”; cada terno tem mais ou menos entre vinte a trinta, cinquenta, setenta, até oitenta ou mais componentes, entre adultos e crianças. No passado, participavam somente homens, mas, nos últimos anos, embora com isso ainda não concordem o Mestre Zanza e o Mestre João Faria, vem aumentando a participação de mulheres “catopéias”, no Grupo de Catopês de São Benedito, dirigido pelo Mestre Zé Expedito.  Os grupos de catopês apresentam-se em duas colunas, iniciando pelos mais altos e seguindo em ordem decrescente pela altura até os menores. O chefe dança e comanda os cantos entre as duas colunas e à frente há também dois porta-bandeiras a paisana.

 A vestimenta uniforme é simples: calça, paletó e camisa de cor branca ou clara. O calçado no passado não era obrigatório, mas há longos anos a maioria faz uso de tênis. Na cabeça atam um lenço e sobre este assentam um capacete, espécie de cilindro oco de papelão nas dimensões da cabeça, aberto dos dois lados e enfeitados com espelhos, aljôfar e fitas de várias cores, que medem mais ou menos um metro de comprimento, têm uma das pontas presa ao capacete e a outra esvoaça ao sabor do vento. Somente o chefe, no passado, usava o capacete enfeitado de penas de ema ou avestruz (de pavão...), que lhe dava distinção especial. Hoje, no entanto, a maioria dos Catopês usa capacete semelhante ao do Chefe do Grupo, o que foi permitido pelo Mestre Zanza e demais Mestres de Catopês das Festas de Agosto. Cada componente conduz um instrumento musical – pandeiro, tamborim ou caixa. Uma flauta de bambu dava, no passado, poesia ao conjunto.

Os Dançantes (Catopês) são os “Donos das Festas de Agosto”, pois têm eles a obrigação de organizar, junto aos Festeiros, que são famílias da cidade que assumem os Reinados e o Império, com apoio especial de Marilene Mourão, da Secretaria Municipal de Cultura (Biblioteca Antônio Teixeira de Carvalho/Dr. Santos), e acompanhar os “Reinados e Império”- reminiscência das festas de Chico Rei em Ouro Preto- que constavam e constam do seguinte:

Anualmente, sorteavam-se famílias da sociedade, cujos filhos (crianças), se candidatavam, assim, previamente, para “saírem” de rei, rainha, príncipes e princesas de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito. Do Divino não há rei e rainha - é imperador/imperatriz. Atualmente, inúmeras famílias da comunidade se oferecem para assumir uma das três festas, o que é decidido junto ao Mestre Zanza, na sede da Associação, com apoio de Marilene Mourão.
   
No dia da festa, logo pela manhã, os catopês e demais grupos saem da Praça Dr. João Alves, em frente ao Automóvel Clube de Montes Claros (e não mais da casa de príncipes e princesas, de onde os conduzia à casa do rei ou rainha, conforme ficasse combinado o local da festa), pelas ruas centrais da cidade, cantando, dançando e pulando no ritmo de pandeiros, caixas ou tamborins (os tambores são mais utilizados pelos congadeiros). Na praça Dr. João Alves se forma antes o Reinado ou Império e cortejo de príncipes e princesas: em um quadro composto por quatro bastões de mais ou menos três metros e enfeitados de papel de cores, agrupam-se o rei, a rainha ou o imperador e a imperatriz, 1º príncipe e 1º princesa, todos vestidos de acordo com os títulos. Pessoas da família dos festeiros e grande massa popular, bem como a Banda de Música do 10º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais, acompanham o séqüito que se destina à Igrejinha do Rosário. Os dançantes vão à frente, cantando e dançando, distanciando um pouco, de forma natural, mas voltando em seguida para junto dos reis aos quais faziam salamaleques em sinal de respeito. Hoje os verdadeiros "reis" são mesmo os catopês, marujos e caboclinhos... Essa prática se repete várias vezes até a entrada do Reinado ou Império na igreja, onde assistem à missa e se processava, no último dia de festas, o “sorteio” dos festeiros para o ano seguinte, embora, há alguns anos, famílias da cidade simplesmente se ofereçam, junto ao Mestre Zanza, com grande entusiasmo, desejo e alegria, para assumirem as Festas (Reinados ou Império).


OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Toda criança ou adolescente da cidade que deseje ou sonhe sair de príncipe ou princesa das Festas de Agosto não necessita solicitar autorização para tal. É preciso somente que se apresente, junto aos pais ou familiares, naturalmente, na manhã do Reinado ou Império, em frente ao Automóvel Clube de Montes Claros, devidamente vestido (roupa de príncipe ou princesa - na cor azul, rosa ou vermelha - e acessórios), para participar livremente do cortejo! A Festa é popular! A Festa é de todos! Participem!...
   
Ao saírem da igreja, os Catopês ou Dançantes não dão as costas para o altar. Fazendo sempre salamaleques respeitosos, dançando uma dança mais suave, vão saindo em conjunto, sempre de frente para o altar e cantando:

            (Música n.º 79)
"Deus te salve, Casa Santa"

            Deus te salve, Casa Santa
            Onde Deus fez a morada
            Onde mora o Cálix Bento
            E a Hóstia Consagrada – Bis

O chefe canta todos os versos, em seguida os outros cantam os mesmos em dueto, repetindo muitas vezes.

Novamente, formam o cortejo que se destina à casa da festa (casa do festeiro ou espaço de festas por ele alugado).

A cantiga predileta, quando conduzem o “Reinado” ou o “Império”, é a seguinte:

            (Música n.º 80)
"Lá vem o nosso Rei"

            Lá vem o nosso rei
            Com sua rainha ao pé
            E lá mais atrás
            Vem o “fio” do Guiné (bis)

O chefe canta e todos repetem os mesmos versos em dueto. Nesse cortejo de volta da igreja, veem-se também os marujos e caboclinhos, que acompanham calados e respeitosamente.

Na casa ou espaço destinado à festa, é servido grande almoço ao rei/rainha ou imperador/imperatriz, príncipes/princesas, pais e familiares, com equipe de apoio da Secretaria Municipal de Cultura servindo o almoço a todos os presentes, entre eles pessoas gradas convidada e, de modo especial, aos Catopês, Marujos e Caboclinhos, assim como familiares dos seis grupos, além de amigos e populares. Após o grande almoço, são servidos doces em profusão aos participantes da festa, especialmente aos componentes dos diversos grupos e seus familiares, além de membros da comunidade, ao povo em geral, ou seja, populares que invadem o “reduto real” sem convites, pois se trata de uma festa genuinamente popular, para a realização da qual, no passado, os festeiros pediam esmolas ou ajudas financeiras a toda gente da cidade. Antigamente, acabada a "comilança", o povo ia se dispersando e os marujos, dançantes e caboclinhos iam dançar em diversas casas de família da comunidade.

Os grupos de catopês ou dançantes formam uma espécie de dinastia; vêm tradicionalmente passando, nas mesmas famílias, de pais aos filhos e netos, aos quais hoje se somam membros de famílias das comunidades onde se inserem os diversos grupos e até mesmo artistas de renome e nomes da sociedade, apaixonados pelas festas, como o grande Tino Gomes, Paulo Narciso (da Rádio Montes Claros) e o belo filho, Paulo Estevão de Chaves e Narciso (nome de príncipe...), hoje com dezesseis anos, mas que começou como lindo "catopê de colo", aos oito meses de idade (do 2º Grupo de Catopês de Nossa Senhora do Rosário, chefiado por João faria); Ucho Ribeiro, Roy Chaves e muitos outros. Por falar em Paulo Narciso, a sua esposa, Raquel Chaves, é também grande defensora e também autêntica "Madrinha" dos Grupos, pelo grande apoio e carinho sempre dispensados por ela e família às Festas.

Os catopês fazem aqui três ternos; dois de Nossa Senhora do Rosário e um de São Benedito; todos brincam os três dias. Atualmente, muitos filhos de velhos Mestres e de outros componentes dos grupos não querem mais seguir as festas, por várias razões, uma delas a timidez, mas eis que netos e mais netos dos mesmos se integram naturalmente às Festas de Agosto, garantindo, assim, a sua correta sobrevivência, que é a formação dos grupos pelas famílias dos chefes ou membros das comunidades dos diversos grupos populares, embora todas as participações (e paixões pelas Festas...) sejam importantes, como, por exemplo, do grande Marujo "Estrangeiro" Wellyngton de Magalhães Ferreira e seus projetos para enriquecerem ainda mais as Festas, de que falaremos depois!

CANÇÕES

As canções são simples e raramente renovadas.

De vez em quando, surge um mestre mais criativo que introduz uma modificação ou mesmo uma novidade.

Os grupos são, pois, conservadores. Começam os “ensaios” desde maio; uma vez por semana, aos sábados à noite, saem pelas ruas com suas caixas e tamborins, à paisana, cantando as suas cantigas... Dessas, a mais antiga é a que foi composta pelo primeiro mestre do terno de São Benedito – Geraldo Leite da Silva – para as festas da coroação de D. Pedro II, em 8/9/1841:

                         I
             Viva Dom Pedro
            É Dom Pedro I,
            Ora viva Dom Pedro II,
            Filho de Dom Pedro I
            (bis)

Anos e anos se passaram sem novidade, até que apareceu um “mestre” entusiasmado e bom cantador – José da Custodinha – que compôs:

                    II

            Adeus bomba d’água
            Onde é que vai "chuvê”?...
            Vai chuvê na Pirapora
            Aonde meu bem não vê

Outros cantos surgiram no decorrer desses cento e setenta e dois anos de existência. Este é do mestre Luiz de Geraldo:

            (Música n.º 81)
"Aruê Tingongê"

                    III

            Aruê, tingô – gê...
            Aruê, tingô – já...
            A galinha que bota na cama,
            Ô tingô... gê, ô tingô – já...


Outros de autores anônimos:

                    IV

            Olé – lê vou tirá
            Cavaco no pau...
            Olé – lê vou tirá
            Cavaco no pau...

                    V

            (Música n.º 82)
"Pomba chorou"

            Pomba chorou
            Pomba chorou
            Chorou... chorou
            Não mandou me chamá...
            Ei! Ei! Não mandou me chamá!

                    VI

            (Música n.º 83)
"Balainho de Fulô"
            
            Eu quero vê
            Balainho de fulô...
            O palácio do rei
            Balanciou!...

                    VII

            (Música n.º 84)
"Vou parar no Rosário"
            
            Ó meu São Benedito
            Onde eu vou pará?
            Vou pará
            No Rosário!...

                    VIII

            (Música n.º 85)
"São Benedito"


             São Benedito            
            Como sua casa cheira
            É de cravo, é de rosa
            É fulô de laranjeira

                    IX

            (Música n.º 86)
"Chô meu sabiá"

            Chô meu sabiá
            Chô meu zabelê,
            Toda madrugada
            Eu sonho com você
            Se você não acredita
            Eu vou sonhar pra você vê.

                    X
           
          (Música n.º 87)
"Vamos embora"
            
            Vamos s’embora
            Ei, vamos s’embora          
            Ei, ei! Vamos s’embora
            Ei, ei! Vamos s’embora

Naturalmente, há muitas outras músicas cantadas pelos diversos grupos ou que poderão ser descobertas com uma investigação mais profunda (Músicas nºs 88, 89 e 90 nas págs. 143 e 144 do livro de Hermes de Paula, considerado a "bíblia" dos costumes e manifestações culturais da cidade).

Os dançantes mais conhecidos do passado foram: Mestre Geraldo ou Geraldo Velho, Mestre Sabino, Mestre José da Custodinha, Benedito e Melquíades.

Os dançantes cantam e dançam, em casa dos mordomos e festeiros. Antigamente também em casas de amigos e apreciadores das festas. Hoje viajam frequentemente a outras localidades, com apoio da Prefeitura de Montes Claros, através da Secretaria Municipal de Cultura, ou de empresas locais, para participarem de festas semelhantes (congado), em homenagem, na maioria das vezes, aos mesmos santos. 


O mestre canta as cantigas dos grupos e os outros repetem em várias vozes...

NOTA ESPECIAL: Neste ano de 2011, dentro do grande e diversificado "Projeto de Resgate Cultural" - que estará criando nova Banda de Música Municipal -, a Secretaria Municipal de Cultura, que tem à frente o nome do escritor e compositor Ildeu de Jesus Lopes, Ildeu Braúna (fundador do Grupo Agreste, que muito sucesso fez no país, especialmente em São Paulo), junto a Roberto Marques, Chefe da Divisão de Cultura da SMC, com apoio irrestrito de Tino Gomes e empresário belorizontino, foi gravado o CD "Catopê", para registro das músicas cantadas pelos diversos grupos. Cada grupo de catopês, marujos e caboclinhos (seis no total) recebeu 250 (duzentos e cinquenta) CDs, num total de 1.500 (mil e quinhentos), que vêm sendo vendidos pelos respectivos Mestres, como forma de ajuda aos grupos. A Secretaria Municipal de Cultura ficou com número reduzido de CDs, para oferecimento a promotores culturais, autoridades, visitantes ilustres, membros da imprensa, historiadores e/ou folcloristas da cidade etc. Palmas pela grande, bela e honesta iniciativa, que contou com nosso apoio junto aos chefes, especialmente junto ao Mestre Zanza!

b) MARUJOS OU MARUJADA

“Chegança”, “Chegança dos Mouros”, “Chegança dos Marujos”, “Barca”, “Fandango” ou simplesmente “Marujada”, como é conhecida em Montes Claros, é a teatralização da epopéia da “Nau Catarineta”, exaltando os feitos dos marinheiros portugueses e os princípios cristãos da religião católica.

Embora a nossa Marujada não apresente todos os autos conhecidos das cheganças, ela possui cunho regional próprio, que lhe dá personalidade definida.

Suas canções suaves e bem cantadas agradam a todos, principalmente a nós montes-clarenses, que já nos habituamos a ouvi-las todos os anos e sempre com renovado prazer. Aqui ela sai às ruas no mês de agosto, abrilhantando ainda mais as festas em honra a Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e ao Divino Espírito Santo.

Compõe a Marujada um grupo de marujos simples (que no passado era formado por 18 a 24 marujos); um patrão, um contramestre, um piloto e um calafatinho, além dos guardas.

Saem cantando e dançando em formação militar, constituindo duas colunas, com pandeiros e violas. A roupagem autêntica dos marujos não se assemelha em nada com marinheiros de verdade: usam calças compridas com babados de renda; uma blusa enfeitada de aljôfar e rendas; chapéu branco com fita da mesma cor da roupa, a aba “quebrada” na testa. Metade dos marujos se veste de cetim vermelho e a outra metade de azul. Mas essa bela “roupagem autêntica” foi, infelizmente, substituída há alguns anos por vestes comuns de marinheiros, pelo 2º Grupo de Marujos ou Marujada, criado pelo saudoso Mestre Miguel Marujo, quando se indispôs com o então e também saudoso chefe da 1ª Marujada, José Calixto da Cruz, o Mestre Nenzinho. A torcida para que voltem à roupagem original é grande. E a crítica de folcloristas e historiadores também.

As figuras, isto é, o patrão, o contramestre e o piloto não usam a blusa colorida, vestem ou deveriam vestir um fraque preto ou paletó azul ou preto, com dragonas, tendo as calças curtas cobrindo os joelhos e meias compridas. Os dois primeiros trazem velhas espadas e o piloto conduz um cetro. Antigamente, todos usavam máscaras de arame, nas quais se pintavam olhos, sobrancelhas, bigode etc.

O calafatinho é representado por um menino de 10 a 12 anos, vestido de cetim azul enfeitado; não usa máscara. Os guardas são em número de dois e se vestem semelhantes a soldados de polícia, mas portando espadas. Eles também usavam máscaras. Esses guardas não são marujos propriamente e tinham por finalidade manter os assistentes a uma certa distância, para não perturbarem a boa ordem das representações.

Se tivéssemos em Montes Claros navegação marítima ou fluvial, naturalmente que os marujos, conduzidos pela “Nau Catarineta”, no passado, desembarcariam no porto. Como o nosso Rio Vieira não dava, mesmo antigamente, sem poluição, nem para pequenas canoas, a marujada se passava diferentemente, mas, demonstrando sempre que são marinheiros, tomavam a “barca” na casa onde se reuniam para se vestir e "desembarcavam" no porto, que era e é a porta da Igreja do Rosário (a antiga Igrejinha do Rosário foi demolida na gestão de Simeão Ribeiro Pires, porque quase que "atravessava" a avenida, e em seu lugar construída a nova Igreja do Rosário, em forma de uma nau catarineta, por sugestão de Hermes de Paula). Atualmente, os catopês, os marujos e os caboclinhos saem da Praça Dr. João Alves, em frente ao Automóvel Clube de Montes Claros, que abre espaços para acomodarem rei/rainha ou imperador/imperatriz, príncipes e princesas (crianças) e seus familiares, até a saída do cortejo, assim como membros dos diversos grupos, familiares, o "padre dos Catopês" etc.

A “Barca” montes-clarense era constituída de quatro paredes de mais ou menos dois metros de altura, armadas de madeira e envolvidas com um tecido de cor, barato, formando uma espécie de sala, mas sem teto e piso,  e tinha ainda quatro rodas de madeira, uma em cada ângulo.

Dentro da “barca”, os marujos pisavam no chão firme, caminhando naturalmente, e os guardas empurravam a armação frágil até a igreja do Rosário. Ficava, assim, a Marujada protegida da curiosidade pública até o “desembarque”.

Durante o trajeto os marujos cantam:

            OS DOZE PARES

            (Música n.º 91)

            Ah! São chegados os doze pares – Bis
            Lá da parte do oriente
            Vem dando graças ao Divino
            Um Senhor tão soberano
            Bis

            LÁ NO CÉU TEM UM CASTELO

            (Música n.º 92)

            Lá no céu tem um castelo
            Lá no céu tem um castelo, ah!...
            Quem formou foi o rei da Glória
            Quem formou foi o rei da glória, ah!!...
            Filho da Virgem Maria – Bis

            A BARCA NOVA

            (Música n.º 93)

            Vamos a ver a barca nova – Bis
            Ai! Que do céu caiu no mar – Bis
            Nossa Senhora vai dentro
            E os anjinhos a remar.

            TODO MUNDO JÁ DIZIA

            (Música n.º 94)

            Todo o mundo já dizia
            Que essa dança não saía
            Bis

            Venha ver, venha ver! – Bis
            Bis

            Pois a dança está na rua
            Bis

            Com prazer e alegria
            Bis

Ao chegar ao “porto”, ou seja, a igreja do Rosário, o Patrão “desembarcava” e era interpelado, no passado, pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra (Capitão do Porto), impaciente, em um palanque e empunhando um óculos ao alcance (um canudo de papel):

Grande sultão, monarca Augusto
Lá da mata do Tameirão
Que marcha de peito a peito
E de face a face
Quero saber o que significa
Marujos na praça, com instrumento na mão!

O Patrão respondia:
          
__ Sou eu, o patrão da marujada
Que venho louvar a Virgem
Do Rosário hoje e para sempre

E dirigindo-se aos marujos:

__ Remos à forra

Os marujos respondiam:

_ Boa viagem...

O patrão cantava:
Música nº 95
"Viemos do mar"

_ Viemos do mar, saltamos em terra
A virgem Senhora viemos louvar.      
  
Os marujos respondiam:

_ Oh!... viemos louvar!... Bis

O patrão cantava e ainda canta:
Música nº 96
"Gente, que terra é essa"

 _ Gente que terra é essa _ Bis
Terra de grande alegria
Oi, terra de grande alegria

Respondem os marujos:

_ É o Campo do Rosário
Que festejamos este dia _ Bis

Daí em diante, cantam uma variedade de canções. O patrão canta primeiro e os marujos repetem:

Música nº 97:
                       GENTE QUE VEM DE LISBOA

                       Gente que vem de Lisboa - Bis
                       Gente que vem pelo mar
                       Laço de fita de seda
                       Na ponta da vela
                       Meu pombo real
                       Bis

Outra:
Música nº 98:
                      
                 ZÃO... ZÃO... ZÃO...

                    Zão... Zão... Zão...
                    Lá no meio do mar
                    Bis
                    Bis

                   É o vento que nos atrasa
                   É o vento que nos atrapalha
                   Para no porto chegar!...
                   Zão, Zão, Zão...


Música nº 99:
"Tomara"

                  Tomara, tomara
                  O meu porto chegar
                  Bis

                  Que eu já não posso
                  Não posso, não posso
                  Mais trabalhar!...
                  Bis

Outra:
Música nº 100:

ORA VAMOS PESCAR A BALEIA

Viemos, viemos, viemos
Oh! Viemos com muita alegria
Bis

Porque viemos louvar
A Virgem Maria
Bis

Viemos, viemos, viemos
Oh! Viemos todos meus irmãos
Bis

Porque viemos louvar
O Divino Espírito Santo
Bis

Outra:
Música nº 101:

VAMO PESCAR BALEIA

Ora, vamo, ora vamo, ora vamo
Ora vamo pescar a baleia
Ela mora no fundo do mar
Encostada na praia vermeia
Bis

Outra:
Música nº 102:

MOÇA MINEIRA

Moça mineira, ei...
Chega na janela
Bis

Venha ver marujo
Que lá vai pra guerra
Bis

Deixa ele ir, ei...
Passe para dentro
Bis


Sangue do meu peito
Servirá de unguento
Bis

Assistiam à missa, acompanhavam silenciosamente o “reinado” ou “império” e, depois de almoçarem, saiam para dançar e cantar em casas de famílias e amigos apreciadores das festas.

Cantavam e cantam algumas dessas canções já referidas e outras mais.

Entretanto, a dança mais apreciada, sendo por longo tempo o ponto alto da marujada, era a Resinga ou Morte do Patrão - que nada mais era do que a representação de uma revolta a bordo da “Nau Catarineta”. O navio ficava sem rumo e a bússula perdida (agulha de marear). O Piloto e o Patrão acusavam o Contramestre; este responsabilizava o Patrão e instigava os marujos à revolta. O Calafatinho apontava cinco dos culpados, entre eles o Contramestre. Havia uma discussão entre o Patrão e o Contramestre, que acabava em duelo de espadas, no qual o Patrão era mortalmente ferido. Quando se preparavam para jogar o cadáver no mar, conforme tradição dos marinheiros, chegava o Piloto e cobria o corpo inerte do Patrão com a bandeira do Divino Espírito Santo, quando se dava um milagre: O Patrão ressuscitava em meio à alegria geral de todos, inclusive do Contramestre.

Vejamos como se passava o episódio:

Numa grande sala ou terreiro, formavam-se em duas colunas, tocavam as violas, pandeiros e dançavam.

O Patrão começava:
Música nº 103:

Ó de lá da proa, vem mestre Piloto - Bis
Leva o pano arriba
Que o vento é muito
E estamos perdidos...
Bis

Todos os marujos repetiam a quadra em coro.

O Piloto cantava, apontando para o Contramestre:
Música nº 104

Senhor Patrão
Prende este homem
Bis

Oh! Que este homem
É um valentão
Bis

É um valentão

Os marujos repetiam em coro. 
O Patrão respondia cantando.

A minha espada
E também o seu facão
Para matar
Este valentão...


Os marujos repetiam em coro:

Cantava (e ainda canta) o Contramestre, dirigindo-se aos marujos:


Música nº 105

Fogo! Mais Fogo!
Mais fogo de arrasar
Bis

Temos pólvora, chumbo e bala
Nós havemos de guerrear...
Bis

Os marujos faziam coro repetindo.

O Patrão advertia os marujos, música ainda cantada pelos mesmos:

Soldado não manda fogo
Sem o Capitão mandar
Quando o Capitão mandar
Rompe fogo de arrasar!...

Os marujos, já ao lado do Contramestre, cantavam:

Fogo, mais fogo
Mais fogo de arrasar
Bis

Temos pólvora, chumbo e bala
Nós havemos de guerrear
Bis

O Patrão invocava a testemunha do Calafatinho:

Atende, Calafatinho
Venha contar a verdade
Oh! Venha contar a verdade!...

Respondia o Calafatinho:

Oh! Meu Mestre Senhor Patrão
Muita coisa vou lhe contar:
- Tem certos marujos
Querendo lhe matar!...

O Patrão:

Eu não duvido
Que tal coisa acontecesse...
Bis

Eu, com minha espada,
Sei me defender!...
Bis

(Músicas de nº 106, 107, 108 e 109 na pág. 154)

O Patrão pegava o Calafatinho pelo braço e ia conduzindo-o diante dos marujos, pra lá, pra cá, enquanto o Calafatinho ia denunciando os revoltosos, apontava para um e cantava:

- Primeiro foi este...

Os marujos respondiam em coro:

- É mentira, tal coisa não há...

O Calafatinho apontava outro:

- Segundo foi este...

Os marujos respondiam:

- É mentira, tal coisa não há...

O Calafatinho não se perturbava e apontava outro:

- O Terceiro foi este...

E o coro dos marujos:

- É mentira, tal coisa não há...

O Calafatinho apontava outro:

- O quarto foi este...

E a resposta dos marujos era a mesma:

- É mentira, tal coisa não há...

Por fim, o Calafatinho acusava o Contramestre:

- O quinto foi seu Contramestre, senhor Patrão!...

Os marujos se defendiam:

- É mentira, tal coisa não há...

Conhecendo a verdade, o Patrão dirigia-se ao Contramestre:
Música nº 110

- Senhor Contra-Mestre
 Qual era o teu sentido?
 Bis

- Tomar conta da barca
E navegar destemido

Os marujos amotinados acusavam o Patrão em coro -
Música nº 111:

Foi ele mesmo
Ele mesmo foi a causa
De, há três dias,
O navio estar parado
Bis

O Contramestre tentava se justificar -
Música nº 112

- Senhor Patrão,
Como vamos navegar?
Pois não temos rota
Sem agulha de marear!
Bis

Os marujos insistiam acusando o Patrão:

- Foi ele mesmo,
Ele mesmo foi a causa
De, há três dias,
O navio estar parado
Bis

O Patrão replicava ao Contramestre -
Música nº 113

Atrevido Contramestre
Não me venha ressoar!
Pois você bem sabe
Da agulha de marear
Bis

O coro dos marujos continuava acusando o Patrão:

- Foi ele mesmo
Ele mesmo foi a causa
De, há três dias,
O navio estar parado...
Bis

Com o apoio da Marujada, o Contramestre desafiava o Patrão:

- Senhor Patrão
Não me venha arreliar, ah! ah! ah!...
Eu com minha espada
Posso te matar
Bis

Dava-se então o duelo de espadas entre o Patrão e o Contramestre; enquanto lutavam, os marujos “torciam” cantando:
Música nº 114

- O Patrão leva o ferro
- Não leva!...
- Oh! que leva...
- Não leva...

(Várias vezes)

Nisso, o Patrão tombava morto. O Contramestre cantava entusiasmado -
Música nº 115:
- O Patrão morreu
Nós joguemo no mar...
O dinheiro dele
É para nós chulá...

Repetiam essa cantiga umas quatro a seis vezes, porém, com ligeira modificação na música e na entonação, uma vez sim, outra não.

Depois, como que arrependidos, lamentavam -
Música nº 116:
- Patrão morreu, ah!
Nosso Patrão, ah!

Nesse momento, chegava o Piloto e perguntava ao Calafatinho:

- Calafatinho, o que houve por aqui?

Este respondia:

 - Foi o Contramestre que matou nosso Patrão. Que havemos de  
                                   fazer?

O Piloto, resoluto:

- Vamos cobri-lo com a bandeira do Divino, que é muito milagrosa...

Cobriam-no com a bandeira e o marujos lamentavam:

                                 Patrão morreu, ah!
                                 Nosso Patrão, ah!...

Imediatamente, o Patrão ressuscitava, como se nada houvesse acontecido.

E declamava entusiasmado:
Música nº 116

Olha o fogo em terra
Olha o fogo no mar
Louva a língua...
Louva a língua, louva a língua, louva a língua
Esta língua que tanto merece!...
Batalhando meu comando, na cadência!
Oh! Lira! Oh! Vigor!
Somos marujos...
- Guerreiros (Marujos respondiam)
Música nº 117

Somos chibantes...
- Bom gosto (|Marujos em coro)
Faça gosto em si.
- Bom gajeiro (Marujos em coro)

O Piloto cantava radiante:
- Isso mesmo é que queremos
Que nosso Patrão é belo
Toma conta do gajeiro
Ele mesmo é bom pra nós.

Os marujos repetiam a mesma quadra.
Música nº 118:

O Piloto cantava mais uma vez, seguido dos marujos. E o patrão declamava novamente o “Louva Língua” e, no fim, falava:

                                 Ai! Ui!

Os marujos respondiam a resinga.

C) CABOCLINHOS OU CABOCLADA


Trata-se de uma folgança de reminiscência indígena. Aqui em Montes Claros, faz parte dos festejos de agosto, mas não se prendiam, como hoje, diretamente às festas; assistem à missa, acompanham o “reinado” ou “império” silenciosos. Cantam e dançam nas ruas. Antes também em casa de famílias.

Os caboclinhos são constituídos de dez a quinze pares (ou mais) de crianças de 7 a 10/12 anos mais ou menos, vestindo - tradicionalmente - saiotes vermelhos, enfeitados de plumas; o busto nu, no passado, pintado de urucu e outras tintas, quando não havia crianças do sexo feminino no grupo. Hoje usam camiseta, lamentavelmente, às vezes, com algum tipo de propaganda. Conduzem arcos e flexas; têm a cabeça guarnecida por capacete de penas. Além desses indiozinhos ou caboclinhos, o grupo se compunha ou se compõe de uma figura infantil, o Caciquinho, e de seis figuras adultas: a Cacicona, o Cacicão, o Papai-Vovô, a Mamãe-Vovó (Mírian Valderez), o Pantalão e o Capitão Campó, além de dois porta-bandeiras e os músicos.

As figuras adultas usam roupas vermelhas enfeitadas de penas, (usavam - algumas voltaram a usar - ainda máscaras de arame. E muitos balangandãs em nada semelhantes a trajes indígenas. Ao contrário, usavam excesso de roupas); as duas figuras de mulher – a Cacicona e a Mamãe-Vovó – eram, no passado, homens vestidos com roupas femininas; hoje são mesmo mulheres. A Mamãe-Vovó e o Papai-Vovô são cômicos. A Cacicona (Socorro) é quem dirige o grupo, mas não fala diretamente com nenhum membro do grupo; suas ordens são transmitidas através do Caciquinho.

Os porta-bandeiras e os músicos (uma rabeca e dois violões) não são indígenas, usam trajes comuns de passeio, com um ou outro enfeite.

Nas ruas, nunca andam à vontade, mas sempre dançando o ritmo de uma chula conhecida pelo nome de “Meia-Noite”, cuja letra é a seguinte, embora eles não a cantem, apenas executem a música e dancem -
Música nº 120:

Meia-noite, meia-noite, meia-noite, sinhá
Meia-noite, meia-noite, meia-noite, sinhá

Nas casas de família, dançavam, cantavam, recitavam e, antigamente, representavam também alguns atos. Assim que entravam na casa, cantavam - música ainda hoje cantada pelos caboclinhos:

Sou caboco, caboquinho
E não brinco com ninguém
Quando pego na minha flecha
Flecho-flecho muito bem.

Meus sinhores, não repare
Os caboco de ancê
Porque inda nada sabe
E é tempo d`aprendê.

Quando eu vim da minha terra
Trouxe fama de ladrão
Uma moça na garupa
E uma véia no cambão.

Gente véia quando morre
Não se enterra no sagrado
Os negrinhos estão dizendo
Joga o véio no cerrado.

Além das cantigas, as figuras recitavam, fazendo auto-representação:

Começava com a Cacicona:

Eu sou sereia, pesco peixe
No mar tenho grande fama
Debaixo dos meus pés verão
A mais delicada dama.

O Caciquinho se apresenta:

Sou cacique, caciquinho
Senhor lá da mataria
Entre arcos e entre flechas
Tenho muita fidalguia.

Acabado esse, entrava o Cacicão:

Dentro do meu peito tenho
Uma fita com três laço
Aceitem lembrança minha
Um suspiro e dois abraço.

Um suspiro e dois abraço
Quem te manda sou eu
Quero te perguntar
Se de mim já se esqueceu.

Se de mim já se esqueceu
Não tenho nada a sentir
Porque lá deve achar
Amor com que divertir.

Chegava a vez do Pantalão:

Eu como Pantalão que sou
Governo toda esta harmonia
Até o véio papai-vovô
Segue a minha harmonia
Se alguém souber
Que faltasse com obediença
Perco e perco
A paciência
Dê-me o castigo feroz
De ser rasgado e degolado.

Capitão Campó:

Domingo estava sonhando
Quando levantou-se a guerra do maquiné
Ao tamanho estrondo que deu
A galha do pau quebrou
Ai de mim, que dor!...

A Cacicona perguntava:

Que que tem, seu Capitão Campó?

E respondia:

- Foi o caboco, Zé de Freitas
Que me deu uma flechada
Ao lado do peito esquerdo
A vida dele será falada
Minha morte será estimada
Abalei o pé de roseira
E não pude arrancar
Quem não tem bem de fortuna
Glória não pode alcançar.


Música nº 121:


"Sou caboclo, caboclinho"

Papai-vovô:

Eu sou papai-vovô
De arco e flecha composto
E tão bonito eu sou
Todos olham para mim
O bravo vivo, mandioca puba
E cará-gerimum
E o grande surucucu-assu
Pra nós comer uma panelada
Racho os meus pés
Quanto sapo
Pedaço de pano, toalha e trapo.

E, por último, a Mamãe-Vovó:

Do magiricão tirei a folha
Da folha fiz o escuro
Dentro do peito da Cacicona
Tem a minha sepultura.

Além das danças simples, apresentavam duas outras difíceis e que necessitavam de ensaio demorado: “A trança do Cipó” e a “Dança do Mastro”.

A primeira era composta de quatro atos independentes: Arapuca, Quejeme, Tango e Banguê.

Utilizavam nessas danças pequenos pedaços de cipó de um metro, mais ou menos, um para cada elemento. As figuras adultas não faziam parte da dança propriamente.

Arapuca – Os caboclinhos formavam como para brinquedo de roda, mas, em vez de se darem as mãos, seguravam, dois a dois, nas extremidades de um cipó e em número igual ao dos caboclinhos.

À ordem (Rep!...) da Cacicona iniciavam a dança, trançando o cipó, dando, no final, a forma de arapuca, na qual se prendia o Caciquinho.

Quejeme – (casa, rancho) – Nesse ato, depois da dança, ficava formado um corredor, cujos dois lados eram constituídos pelos caboclinhos e o teto pela “Trança do Cipó”.

-Caciquinho, fala com Papai-vovô para dar um passeio no quejeme que mandei fazer para ele; é forte.

Caciquinho – Papai-vovô!... A Cacicona mandou te convidar para entrar no quejeme que ele mandou fazer pro senhor.

O Papai-vovô mexia, virava, fazia uma graçola, contava umas piadas e se mostrava receoso de atravessar o corredor.

A Cacicona então ordenava:

-Caciquinho, fala com Mamãe-vovó para entrar no quejeme com Papai-vovô.

O Caciquinho dava o recado. Após muitas “piruadas”, os dois velhos entravam no corredor vagarosamente, com muito receio.

O Caciquinho cantava:
Música nº 122

Lá evém Papai-vovô – Bis
Lá da mata do pessanha – Bis
Viemos comendo cobra – Bis
Bebendo ovos de aranha – Bis
Bis

Nisso, a “trança do cipó” despencava em cima dos velhos, mas Papai-vovô saltava de lado, deixando a Mamãe-vovó presa. Isso era motivo de muita troça, muita piada e os caboclinhos cantavam a música  “Lá vem Papai-vovô” (ainda cantada):

 
Quem matou papai-vovô – Bis
Foi um grande matador – Bis
Quem matou mamãe-vovó – Bis
Foi a Trança do Cipó – Bis
Bis
                     
Repetiam muitas vezes a cantiga e terminavam o ato soltando Mamãe-vovó.
No intervalo entre duas quadras, tocavam e dançavam o chula “Tango”, mas não o cantavam:
Música nº 123
"Pipoca"
Pipoca
Amendoim torrado
Casei com a véia
E fiquei logrado ...
Bis

Se eu tivesse
Com a barba de bode
Eu ia no barbeiro
Fazer o bigode ...
Bis

Se eu tivesse
Com fome de cachorro
Eu pegava uma véia
E dizia que morro ...
Bis

Se eu soubesse
Que vinha de lá
Biscoito de doce
Docinho de araçá
Bis

Bangüê – O banguê consistia em formar uma cruz com os cipós trançados.

Essa cruz ficava em posição horizontal, a meio metro de altura mais ou menos, e nela se deitava o Caciquinho, como se se tratasse de uma padiola e, carregando-o, todos cantavam e dançavam com o Caciquinho o chula já referido.

A Dança do Mastro ou Trança da Fita – Essa dança muito apreciada era executada por dez caboclinhos em redor de um mastro de três metros de altura. Esse mastro de madeira leve e enfeitado com tintas e papel de seda colorido, era portátil e tinha uma base de apoio ampla para sustentação. Da extremidade superior do mastro partiam dez cadarços ou fitas de cores diferentes, destinados a cada um dos caboclinhos que iam dançar. Ao ritmo de uma cantiga, iam dançando, cantando e trançando os cadarços ou fitas, até cobrirem todo o mastro com a trança, quando invertiam o sentido da dança e destrançavam.

As cantigas usadas eram (são) diversas. Eis uma delas:

Ao romper do dia
Ao romper da aurora
Bis

Viva o Divino
E Nossa Senhora
Bis

Essa quadra servia e ainda serve de coro e iam (vão) pondo versos...

Para se despedirem, cantavam e cantam uma ou outra cantiga, como as seguintes -
Música nº 124:

Vamos dar a despedida – Bis
Como faz o papagaio – Bis
Vai voando e vai dizendo – Bis
Quem ama passa trabaio – Bis

Em cima daquela serra – Bis
Tem um tucano avuano – Bis
Meus senhores e minhas senhoras – Bis
Ora, adeus, até p’ro ano – Bis

Cantada ainda a música “Lá evém Papai-vovô”.

A outra dança de despedida, cantada em coro por todos, e os versos improvisados pela Cacicona, que os oferecia ao dono da casa, até hoje cantados, ao final das Festas:
Música nº 125

Adeus, adeus
Não chores, não
Para o ano eu voltarei
Pra cumprir nova tenção (devoção).
Ou “missão”.


As flechas dos caboclinhos não eram atiradas, eram bem mais grossas na extremidade próxima do arco, provocando, ao encontrar com essa, um barulho que era utilizado para marcar o compasso das danças.

Os atos, atualmente, são simplificados ao máximo, pois a maioria deles desapareceu com o tempo, embora, a cada ano, o grupo de caboclinhos ou caboclada resgate um ou outro ato ou representação...


HERMES DE PAULA: 


O ETERNO PADRINHO DOS CATOPÊS, MARUJOS E CABOCLINHOS

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O grande e saudoso médico, historiador e folclorista Hermes Augusto de Paula, o nosso querido Hermes de Paula, sempre deu total apoio às Festas de Agosto de Montes Claros, inclusive abrindo as portas de sua ampla casa, na Avenida Coronel Prates, ao lado do lamentavelmente demolido casarão do antigo “Seminário Diocesano”, na gestão passada, para que ali se realizassem os almoços dos Festeiros amigos e parentes, como nós, que fizemos duas das Festas ali, quando a nossa filha, Ana Bárbara - Babi como a chamam os amigos -, foi Imperatriz do Divino, aos 6 anos, junto a Allan Cassimiro, primo e Imperador, filho de minha irmã Maria Josefina e Divino Osmar Pereira da Rocha, e Rainha de São Benedito aos 14 anos, quando Rei o também primo Marcone Veloso, filho da querida prima "Tia Fátima" e Toninho, que residem em São Paulo. Ana Bárbara foi também Rainha de Nossa Senhora do Rosário aos 16 anos, acompanhada pelo filho de Leonardo (Leo) Palma Avelar como Rei. Os almoços eram preparados na cozinha de Fina e Hermes e ali servidos carinhosa e fartamente aos grupos de Catopês, Marujos, Caboclinhos, integrantes do Reinado ou Império, familiares, amigos e populares em geral...

Hermes de Paula atuou em todas as áreas do desenvolvimento da cidade e foi, na cultura, um nome insubstituível e inesquecível!



DUAS PALAVRAS BIOGRÁFICAS SOBRE HERMES AUGUSTO DE PAULA

Hermes Augusto de Paula, nascido a 6 de dezembro de 1910 (oficialmente) ou 1909, segundo alguns parentes – houve engano no registro de nascimento.

Filho de Basílio de Paula Ferreira e Dona Joaquina Mendonça de Paula. Neto, pelo lado paterno, de Manoel de Paula Ferreira e Dona Joana Martins de Oliveira e, pelo lado materno, neto de Cassimiro Xavier de Mendonça e Josefina Teixeira de Carvalho (meus bisavós paternos, pais de meu avô e padrinho de Batismo João Xavier de Mendonça, avós de meu pai Cassimiro Xavier de Mendonça).

Casado com Dona Josefina de Abreu Paula, a muito querida Fina de Paula. Filhos, netos, irmãos e demais parentes, ver a genealogia das famílias Abreu, Mendonça, Paula e Teixeira, um dos volumes do livro “Montes Claros, sua História, sua Gente, seus Costumes, de Hermes de Paula. Os outros dois volumes versam sobre a história da cidade e seus ricos costumes.

Escolaridade: Jardim de Infância (curso Froebel), Colégio Imaculada Conceição. Professora Irmã Canuta, 1916. Montes Claros.

Curso Primário: 1º e 2º anos em Várzea da Palma, Professora Dona Risoleta Cândida da Silva – 1917 e 1919.

3º e 4º anos em Montes Claros no Grupo Escolar Gonçalves Chaves. Professoras: Dona Alice Costa Miranda e Dona Maria Mercês Prates.

Curso normal incompleto na Escola Normal Oficial de Montes Claros.

1º e 5º anos do ginásio, no Colégio Arnaldo de Belo Horizonte.

2º, 3º e 4º anos do ginásio em Juiz de Fora, no Grambery. 1930, 31 e 32.

Curso superior em Niterói. Faculdade Fluminense de Medicina, 1934-39.

Frequentou o Instituto Vital Brasil, onde estudou, principalmente, ofidismo, soroterapia e microbiologia.

Sanitarista do Estado de Minas, tendo aposentado como chefe do Centro de Saúde. Foi diretor da Santa Casa de Montes Claro, do Instituto Antônio Teixeira de Carvalho (Dr. Santos, seu primo em primeiro grau, assim como de Fina, sua prima e esposa, e de meu avô paterno) e da Sociedade de Proteção à Infância Santa Terezinha de Montes Claros. Fundou a Regional da Associação Médica de Minas Gerais em Montes Claros. Idealizou e trabalhou intensamente para a fundação da Faculdade de Medicina do Norte de Minas. Membro do Conselho Superior da Fundação Norte Mineira de Ensino Superior da Fundação Norte Mineira de Ensino Superior. Membro da Sociedade de Higiene de Minas Gerais, das Academias de Letras de Montes Claros e Piracicaba (SP) e da Municipalista de Minas Gerais. Membro da Comissão Mineira de Folclore e da Sociedade Brasileira de Folclore (Câmara Cascudo). Membro da Sociedade Sul Americana de Genealogia. Agraciado com as Medalhas “Vital Brasil” pelos governos de Minas e São Paulo. Medalha da Inconfidência pelo Estado de Minas. Medalha de Honra de Montes Claros e Medalha Cultural Mário Dedini.

Delegado-geral em Montes Claros do Centro Folclórico Piracicaba.

Membro Fundador do Pentáurea Clube, do Colégio São José, do Rotary Club de Montes Claros, da Associação Atlética Cassimiro de Abreu e da Associação Desportiva Ateneu.

Fundador e Diretor do grande Grupo de Serestas “João Chaves”.

Ex-Professor de Higiene e Puericultura da Escola Normal e da Faculdade de Medicina de Montes Claros.

Chefe do Serviço Médico Social do Departamento Nacional de Obras contra a Seca.
Etc., etc., etc.... Pois muito ainda há a falar e ressaltar da grande figura humana que foi Hermes de Paula!

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PEQUENA NOTA: REGISTRO DAS FESTAS DE AGOSTO

As nossas extraordinárias Festas de Agosto deverão ser o primeiro “Bem Cultural Imaterial de Montes Claros” a ser registrado pelo município; pelo estado, através do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais/IEPHA/MG e pela união, através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, que já demonstrou interesse nesse sentido, quando tinha na presidência nome que conhece e reconhece a importância das Festas – e esse era um ponto de fundamental importância, com o qual não mais contamos, pois o referido técnico (ex-IEPHA também) não se encontra mais à frente do órgão federal -, com o primeiro contato com tal finalidade tendo sido feito junto a nós, quando chefe da Divisão de Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura/Prefeitura de Montes Claros, na gestão passada. Fomos, no entanto, impedida de elaborar o projeto, e a então chefe da Divisão de Projetos o “elaborou”. Resultado? O próprio presidente do IPHAN de então – que algum tempo depois deixava, infelizmente, o cargo - nos ligou, profundamente chateado e decepcionado com a Secretaria, e até mesmo irritado, para dizer que “não era nada daquilo, que o projeto tinha sido extremamente fraco, mal elaborado, sem a justificativa e desenvolvimento condizentes com o significado e importância das Festas, não contendo as informações fundamentais necessárias ao esperado desenvolvimento do mesmo (projeto) etc, etc, etc”. Este foi apenas um dos “frutos podres” da inveja, maldade, vaidade, arrogância e prepotência, sem a devida profundidade cultural, experiência, conhecimento, capacidade e competência no setor, tristemente colhidos pela cidade nesses anos todos de Prefeitura e Secretaria de Cultura!... Ou seria, às vezes, “curtura”?!...


* Foto Silvana Mameluque
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CD CATOPÊ

Visando a valorização e o registro musical das Festas de Agosto, foi gravado CD com as músicas dos Catopês, Marujos e Caboclinhos, através da Secretaria Municipal de Cultura, que tem à frente o nome do escritor e compositor Ildeu Braúna (fundador do ex-Agreste), dentro do “Projeto de Resgate Cultural” da pasta, com participação de Tino Gomes que, além de tudo o que representa, aqui e fora da cidade é, ainda, grande e querido "Catopê de Paixão", respeitado por todos os Mestres e grupos que compõem as nossas mais belas festas populares: as "Festas de Agosto". 



...Voltaremos mais longamente ao assunto, pois uma ampla discussão sobre a importância do CD junto aos diversos mestres e componentes dos grupos, na Associação dos mesmos, está incluída na programação da 3ª Jornada Mineira do Patrimônio Cultural, promovida pela Secretaria de Estado de Cultura, através do IEPHA/MG, e realizada na cidade pela Prefeitura de Montes Claros, através da Secretaria Municipal de Cultura, desde o dia 1º de setembro de 2011, prosseguindo até o dia 30/09, sob a coordenação da Divisão de Cultura (leia-se Roberto Marques) e da Divisão de Preservação e Promoção do Patrimônio Cultural de Montes Claros, de nossa responsabilidade.

33º FESTIVAL FOLCLÓRICO DE MONTES CLAROS

Paralelamente às nossas extraordinárias e magníficas FESTAS DE AGOSTO (com mais de 170 anos de existência!...), como já dissemos, acontece, há exatos 33 (trinta e três anos) o hoje grande Festival Folclórico de Montes Claros, que é um outro evento, oficial, não popular, promovido pela Prefeitura de Montes Claros, através da Secretaria Municipal de Cultura/Prefeitura de Montes Claros, também rico e importante culturalmente, a cada ano melhor (neste mais e melhor!), mas desfinitivamente não ligado diretamente às Festas de Agosto, como querem ou imaginam os absolutamente convenientes ou culturalmente desinformados.

As Festas de Agosto não são, portanto, a "parte religiosa" do Festival Folclórico e o Festival, a "parte festiva ou cultural" das Festas de Agosto! Isto é mais que uma idiotia, uma heresia! As Festas de Agosto têm caráter religioso e têm elas a sua própria parte festiva (os grandes Reinados, Império; Grupos (seis) de Catopês, Marujos e Caboclinhos; encontro, almoços etc) e religiosa (bênçãos, levantamentos de mastro, missas etc), não criadas ou promovidas pela Prefeitura. Não são as Festas de Agosto, pois, a "programação religiosa" do Festival Folclórico! Seria reduzí-las a muito pouco ou quase nada, mesmo porque elas existem por si mesmas há 172 anos, tendo à frente grupos populares de catopês, marujos e caboclinhos; famílias de mordomos e festeiros (que organizam os Reinados e Império e fazem os famosos almoços ou encontros festivos. Conhecemos bem a dimensão do trabalho dos festeiros e as despesas arcadas pelos mesmos, porque já fomos festeira por três vezes!), sem interferência do poder público, embora a Secretaria Municipal de Cultura apoie financeiramente os grupos de catopês, marujos e caboclinhos, através da Associação; decore as ruas por onde passam os Reinados de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito e o Império do Divino Espírito Santo, e equipes da mesma (SMC) se incumbam de fazer as peças decorativas das ruas por onde desfilam os cortejos, com os santos homenageados --- neste ano num trabalho artístico genial não apenas de Wandaick Santos, mas também de Roberto Marques ---, sirvam os presentes aos almoços feitos e oferecidos, normalmente, pelos Festeiros, após Reinados e Império; apoiem mordomos e festeiros, como dever da pasta, afinal, de cultura que é.

FESTIVAL CRESCEU E GANHOU O MUNDO...

Ildeu de Jesus Lopes, o popular Ildeu Braúna, Secretário Municipal de Cultura, resolveu apostar alto no Festival Folclórico de Montes Claros, neste ano de 2011, que passou a ocupar não apenas o entorno da Igrejinha do Rosário (templo das Festas de Agosto) e Praça Dr. Chaves ou da Matriz (Feira de Artes e Artesanato, com barracas de comidas típicas), mas também a Praça Dr. Carlos e o chamado "Corredor Cultural", na parte histórica especialmente localizada ao lado do Sobrado dos Versiani-Maurício ou Casarão dos Maurício, onde funciona hoje a Secretaria de Cultura e seus diversos departamentos.

No dia 16/08/2011 (terça-feira), às 19h00, aconteceu, na Galeria de Artes Godofredo Guedes do Centro Cultural Hermes de Paula, a abertura oficial do 33º Festival Folclórico de Montes Claros, prestigiado por muita gente e agentes culturais, bem como por alguns Mestres de Catopês, Marujos e Caboclinhos. Estes últimos (os Caboclinhos) ali se apresentaram, o que foi criticado por folcloristas e historiadores, porque, no palco ou no chão, se fora do contexto das Festas de Agosto, se está contribuindo, na verdade, através do "fenômeno negativo" que ocorre em todo o país, dentro de manifestações culturais populares e tradicionais, da "espetacularização" dos grupos, para o seu empobrecimento cultural e até mesmo desaparecimento. Mas já houve casos e coisas piores, muito piores, em gestões (indigestões culturais, na verdade!!!) passadas, que relataremos depois.

Na noite de abertura do Festival Folclórico, que teve expressivo apoio da Petrobras, Fundação Genival Tourinho, Banco do Nordeste, Valée, SESC, Mourões Touro, CAA e Colégio Marista São José, Ildeu Braúna fez o lançamento simbólico do CD "Catopês", oferecendo-os aos chefes ali presentes. O Secretário emocionou a todos, ao fazer homenagens a mestres desaparecidos, como Miguel Marujo, Joaquim Poló e Nenzinho, lembrando ainda, entre outras, a também grande figura do marujo, "Aníbal, o Carroceiro", ali representada pelo seu filho Roberto, que recebeu também um CD das mãos do Secretário Ildeu Braúna, que agradeceu, ainda, pelo apoio cultural ao evento, o 10º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais, Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais, 55º Batalhão de Infantaria, Secretarias Municipais de Serviços Urbanos, Ação Social, Segurança Pública, Indústria e Comércio, SECOM, MC-TRans, ESURB, APAS, imprensa em geral.

Na Galeria de Artes Godofredo Chedes, chamava a atenção ainda a grande exposição de Estandartes e Indumentárias, sob o comando de Elton Souza, de Bocaiúva, que ministrou prestigiada oficina de estandartas na Casa do Artesão de Montes Claros, cujas peças produzidas nas aulas estavam ali expostas.

No dia 19 de agosto, às 20h00, houve o pré-lançamento do CD do Grupo de Seresta Amo-te Muito, que tem à frente o nome de Lola Chaves (filha de João Chaves), no Centro Cultural Hermes de Paula e no Corredor Cultural do Centro Histórico da cidade.

O grande "Encontro de Arte e Educação" ou "Encontro com Educadores" deste ano, com o Centro de Agricultura Alternativa-CAA à frente, teve como tema "Da Educação Convencional à Educação Étnica: Caminhos para o reconhecimento da diversidade cultural do Norte de Minas pela Escola Pública". No dia 18/08, das 13 às 18h00, foi projetado o filme "Comunidades Tradicionais do Norte de Minas - Programa Planeta Minas", seguido de debate com o jornalista Carlos Augusto, no Solar dos Sertões (antigo Solar dos Oliveira), situado na Praça Dr. Chaves ou da Matriz, nº 152. No dia 19, das 14h30 às 18h00, houve Mesa Redonda, com representante da Secretaria Municipal de Educação de Montes Claros; representantes de educadores de Povos e Comunidades Tradicionais do Norte de Minas: Xacriabás, Geraizeiros e Vazanteiros. Os Quilombolas sofreram grave acidente na viagem de vinda a Montes Claros, com perda de muitos de seus membros, o que foi muito lamentado na cidade, causando grande dor e pesar.

No "PALCO PRINCIAL" do Festival, houve espaço, nas noites de festa, para Shows Musicais diversos, com os nomes de Eustáquio Correia, Marcus Paracatu, Marcelo Andrade e Banda, Sarará e seus Anjos Bons, Herbert Lincoln, Pereira da Viola, Banda do 10º BPMG, Tino Gomes, Carlos Soyer, Léo Lopes, André Águia, Sá e Guarabira...

Na ARENA 1 - Músicas Regionais de Raiz, com os nomes de Noeno da Viola, Ciro Araújo, Ray Edson, Álvaro Vicente e Moisés, Luciano Paco, Warley Lopez, Bob Marcílio, Maya y Boavista, Noite Catrumano, Lundu e Viola Caipira, Iracema Reis...

Na ARENA II - Grupos de Dança Parafolclóricos e outros, como Caravana Artesania, Grupo Folclórico Zabelê, Capoeira Cordão de Ouro, Quadrilha Arraiá do Pequizá, Forró com Izidinho da Sanfona, Grupo de Teatro Reviu a Volta, Grupo Parafolclórico Banzé, Noite Afro, Quadrilha Arraiá do Jatobá, Grupo Mamulenga, Baianas de Nova Esperança, Grupo Folclórico Fitas, Quadrilha Arraiá Xô Dança e Levanta Poeira...

No Núcleo Histórico da cidade (Corredor Cultural, ao lado do Casarão dos Maurício), apresentações espetaculares de serestas e música lírica, contemporânea, com o Grupo de Seresta Geraldo Avelar, Grupo de Seresta Cordas Vocais, as grandes vozes de Roberto Mont`Sá e Maristela Cardoso, Grupo de Seresta Idade do Ouro, Grupo de Seresta Namorados da Lua, Grupo de Seresta Vozes de Prata, Grupo Chorões da Madrugada, Grupo de Seresta Amo-te muito, Grupo de Seresta Geraldo Paulista, Grupo de Seresta João Chaves; Noite Asanorte: Lindomar Coimbra, Débora Rosa, Léo Lopes, Flávio Colares, Danilo Campos, Juquita Queiróz, André Águia, Carlos Soyer e Marcos caldeira...

1º ENCONTRO DE TAMBORES DO NORTE DE MINAS

No dia 17/08/2011, a partir das 16h00, houve fantástico "Encontro de Tambores do Norte", numa homenagem aos congadeiros do Norte de Minas e do país, com aplaudida apresentação na entrada do prédio da Prefeitura de Montes Claros (Av. Cula Mangabeira, 211) e na Praça Dr. Carlos, às 18h00.

No dia 18/08, às 10h00, nova apresentação na Praça Dr. Carlos e, às 16h00, na Av. Cel. Prates.

OFICINAS DE AGOSTO

Três grandes Oficinas Profissionalizantes, dentro da Caravana da Aprendizagem - APAS/PETROBRAS, enriqueceram o 33º Festival Folclórico de Montes Claros, realizadas no Centro de Convivência Curumim, Bairro Esplanada; Ginásio Poliesportivo Tancredo Neves, Igreja Nossa Senhora de Fátima, no Bairro Delfino Magalhães; Casa do Artesão de Montes Claros, na Rua Andradita, nº 681, no Bairro de Loudes:

1ª: Oficina de Estandartese Indumentárias, com Elton Souza, de Bocaiúva/MG;

2ª: Oficina de Luthier para Luthier, com Rodrigo Veras, de Recife/PE;

3ª: Oficina de Percussão - Bateria/Ritmos, com Luciano de Jesus, de Montes Claros, e Cláudio Mineiro, de Fruta de Leite.

OFICINA DE GASTRONOMIA SERTANEJA (SENAC):

Em parceria com o Circuito Turístico Sertão Gerais, aconteceu também grande Oficina de Gastronomia Sertaneja, nos dias 19 e 20 de agosto, no Restaurante Popular, com os nomes de Terezinha Brant (Petiscos Mineiros), Sérgio Lilipuizão (Quitandas de Minas), Bernadete Guimarães (Gastronomia Sertaneja) e novamente Terezinha Brant, com a "Culinária Mineira".

Palmas e mais sucessos ao Secretário Municipal de Cultura, Ildeu Baúna, ao Chefe da Divisão de Cultura, Roberto Marques e à grande e diversificada "Equipe de Eventos" da SMC!...

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3ª JORNADA MINEIRA DO PATRIMÔNIO CULTURAL DE MONTES CLAROS

          - Quando a história de cada um conta a história de todos -

Período: 1º a 30 de setembro de 2011

PROMOÇÃO: Secretaria de Estado de Cultura, através do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais - IEPHA/MG

REALIZAÇÃO:

Prefeitura de Montes Claros, através da Secretaria Municipal de Cultura
Divisão de Cultura (Roberto Marques)
Divisão de Preservação e Promoção do Patrimônio Cultural de Montes Claros (Raquel Mendonça)

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