sexta-feira, 14 de agosto de 2015

176ª FESTAS DE AGOSTO

37º FESTIVAL FOLCLÓRICO DE MONTES CLAROS


 Programação Festas de Agosto 2015

Mapa Festas de Agosto 2015


18 DE AGOSTO (TERÇA-FEIRA)

20h Abertura Oficial da 176ª Festas de Agosto
Abertura Oficial do 37º Festival Folclórico de Montes Claros

Local: Centro Cultural Hermes de Paula
Praça Doutor Chaves, 32 - (Praça da Matriz)

-Apresentação da Banda Municipal de Montes Claros
-Performance Musical com Beto Alves
-Lançamento dos Selos Personalizados em Homenagem aos Mestres dos Catopês,    Marujos e Caboclinhos
-Lançamento do III Concurso de Estandartes, da Casa de Cultura Márcia Prates
-Lançamento do livro “A Revolta das Frutas”, de Amelina Chaves
-Lançamento do livro “E Se... O Cerco”, de Sérgio Prates


19 DE AGOSTO (QUARTA-FEIRA)
           
Mastro de Nossa Senhora do Rosário

19h Saída: Sede da Associação dos Catopês, Marujos e Caboclinhos
(Rua Humaitá, n° 126, esq. com a Rua Santa Efigênia - Bairro Morrinhos)

21:30 Levantamento do Mastro de Nossa Senhora do Rosário
Local: Igreja Nossa Senhora do Rosário (Praça Portugal)

Performances artísticas na Av. Afonso Pena
20h MÁRCIA & MACIEL (Apresentação musical)
22h ASSOCIAÇÃO DOS REPENTISTAS (Apresentação musical)


20 DE AGOSTO (QUINTA-FEIRA)

Reinado de Nossa Senhora do Rosário

09h Cortejo de Nossa Senhora do Rosário

Saída: Praça Dr. João Alves (Automóvel Clube) até a Igreja Nossa Senhora do Rosário (Praça Portugal)
-O cortejo será acompanhado pela Banda de Música da 11ª Região
da Polícia Militar - Montes Claros/MG.

Mastro de São Benedito

19h Saída: Rua João Martins, n° 354, Vila Guilhermina até a Igreja Nossa Senhora do Rosário (Praça Portugal).

21:30 Levantamento do Mastro de São Benedito

Local: Igreja Nossa Senhora do Rosário (Praça Portugal)

Performances artísticas na Av. Afonso Pena
20h CÍCERO BILLY ALVES (Apresentação musical)
22h TINO GOMES (Apresentação musical)

21 DE AGOSTO (SEXTA-FEIRA)

Reinado de São Benedito

09h Cortejo de São Benedito

 Saída: Praça Dr. João Alves (Automóvel Clube) até a Igreja Nossa Senhora do Rosário (Praça Portugal).
-O cortejo será acompanhado pela Banda de Música da 11ª Região da Polícia Militar - Montes Claros/MG.

Mastro do Divino Espírito Santo

19h Saída: Av. Nilo de Paiva Mosqueiro, nº 20, Ibituruna até a Igreja Nossa Senhora do Rosário (Praça Portugal).

21h30 Levantamento do Mastro do Divino Espírito Santo

Local: Igreja Nossa Senhora do Rosário (Praça Portugal)

Performances artísticas na Av. Afonso Pena
19h RODA DE CAPEIRA - Abertura da 5ª Edição do Festival Nacional de Capoeira “NA VOZ DO CANTADOR” - Grupo de Capoeira Cordão de Ouro de Montes Claros
20h CIRO ARAÚJO (Apresentação musical)
22h YURI POPOFF (Apresentação musical)

22 AGOSTO (SÁBADO)

Império do Divino Espírito Santo

09h Cortejo do Império do Divino Espírito Santo

Saída:Praça Dr. João Alves (Automóvel Clube) até a Igreja Nossa Senhora do Rosário (Praça Portugal).
-O cortejo será acompanhado pela Banda de Música da 11ª Região
da Polícia Militar - Montes Claros/MG.

Performances artísticas na Av. Afonso Pena
20h BERRODÁGUA (Apresentação musical)
22h BETO GUEDES (Apresentação musical)

23 DE AGOSTO (DOMINGO)

10h Encontro Mineiro de Ternos de Congado
Local: Associação dos Grupos de Catopés, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros (R. Humaitá, 126, B. Morrinhos)

Procissão de Encerramento
15h Saída: Centro Cultural Hermes de Paula (Praça Dr. Chaves, 32, Centro)
Chegada: Igreja do Rosário

Roteiro da Procissão
-Avenida Filomena Ribeir-Rua Doutor Santos
-Rua Dom Pedro II
-Rua Camilo Prates
-A Procissão de Encerramento será acompanhado pela Banda de Música da 11ª Região da Polícia Militar - Montes Claros/MG.

Performances artísticas na Av. Afonso Pena
20h APRESENTAÇÃO DO GRUPO FITAS - Grupo de Tradições Folclóricas Comemoração 10 Anos do Grupo Fitas
22h MARCOS PARACATU (Apresentação musical)


                         A SAGRADA MISSÃO DE MESTRE ZANZA:  
COORDENADOR DAS FESTAS DE AGOSTO DE MONTES CLAROS

 * Raquel Mendonça


                                                                                                   Foto: Fábio Marçal



"Deus te salve Casa Santa
Onde Deus fez a morada
Onde mora o Cálix Bento
E a hóstia consagrada..."


                         As Festas de Agosto de Montes Claros, que, neste ano de 2015, acontecerão no período de 19 a 23 de agosto, são a maior e mais importante manifestação cultural popular e tradicional do município, quando estarão festejando 176 anos de existência e resistência, tendo à frente o nome do grande Mestre Zanza - João Pimenta dos Santos - hoje com 82 anos de idade, comemorados no último dia 10 de maio de 2015, tendo se iniciado ainda criança nas Festas, aos quatro anos, como "Catopê de Colo", nos braços do pai. Ou seja, são 78 anos de Catopê!...

                         O grande Coordenador das extraordinárias Festas de Agosto de Montes Claros, aos dezesseis anos de idade, deixou a condição de "Catopê de Fila" e passou a chefiar o grupo - 1° Grupo de Catopês de Nossa Senhora do Rosário -, recebido do pai, João Pacífico Pimenta Santos, que, por sua vez, o recebera de seu avô, Pacífico Pimenta, passando o Grupo e o cargo, portanto, de pai para filho... Chama a atenção nos Catopês ou Dançantes o seu belo capacete, por eles confeccionados e bordados com miçangas, espelhos e aljôfar, tendo na base longas fitas coloridas, que balançam ao sabor dos ventos de agosto, considerado o símbolo das Festas de Agosto de Montes Claros!...

                    Além de Coordenador das esplêndidas Festas de Agosto, Mestre Zanza é Presidente da Associação dos Grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros, criada com nosso apoio técnico, junto a João Batista de Almeida Costa (Joba Costa), para maior organização e fortalecimento dos notáveis grupos, cuja sede se situa na Rua Humaitá, nº 126, com Rua Santa Efigênia, no Bairro Morrinhos, que mais parece um "Museu de Catopê", graças ao seu rico e diversificado acervo, incluindo peças e fotos dos Reinados de Nossa Senhora do Rosário (na cor azul) e de São Benedito (na cor rosa), bem como do Império do Divino Espírito Santo (na cor vermelha); de desfiles dos Grupos pelas ruas centrais da cidade, tocando, dançando, cantando e encantando a população e visitantes até a Capela do Rosário (Igrejinha do Rosário ou dos Catopês), situada na Praça Portugal.
                      
                     A Associação dos Grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros realizam as quase bicentenárias Festas, com importante apoio financeiro da Secretaria Municipal de Cultura/Prefeitura de Montes Claros, sempre de acordo com o que decide ou define Mestre Zanza, que luta o tempo inteiro pela não descaracterização das Festas, pela sua maior valorização, preservação e promoção!... Paralelamente às Festas, a Cultura/Prefeitura realiza neste ano o 37° Festival Folclórico de Montes Claros, em harmonia e sintonia com as Festas de Agosto!
                                        
                      Os seis grupos que integram as Festas de Agosto, sob o comando do Mestre maior, Mestre Zanza, são compostos pelos Catopês - mesmo Congado ou Congada de outras localidades, com ricas características regionais -, Marujos ou Marujada, Caboclinhos ou Caboclada, assim formados: 1° e 2° Grupo de Catopês de Nossa Senhora do Rosário, este último chefiado pelo Mestre João Farias; Grupo de Catopês de São Benedito, pelo Mestre Zé Expedito; 1a. Marujada de Montes Claros, chefiada pelo Mestre Tim (Iderielton), 2a. Marujada pelo Mestre Tone Cachoeira e Grupo de Caboclinhos ou Caboclada pela Cacicona Socorro.
                              
                         Mesmo contando com expressivo apoio da Prefeitura de Montes Claros, são muitas as dificuldades pelas quais passam os membros dos notáveis Grupos durante o ano, mas o Mestre Zanza nunca desanima! Afinal, as Festas são parte importante do catolicismo popular da cidade, em honra a Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e ao Divino Espírito Santo! Na fachada frontal da Associação dos Catopês, Mestre Zanza já deixa clara esta profunda devoção: "Somos devotos de Nossa Senhora do Rosário, de São Benedito e do Divino Espírito Santo!..."
                                 

                       Que o Divino Espírito Santo o cubra de luz e bênçãos sempre, Mestre Zanza e que Nossa Senhora do Rosário e São Benedito o guardem e protejam, garantindo-lhe saúde, paz, força, ânimo e alegria, imensa e irradiante, pura e emocionante alegria!...

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

FESTAS DE AGOSTO E FESTIVAL FOLCÓRICO DE MONTES CLAROS



                                                                                         Arte: Maria de Lourdes 

DESTAQUE: CATOPÊS/CONGADO OU CONGADA DE MONTES CLAROS - MINAS

Dentro do rico folclore ou cultura popular montes-clarense, as Festas de Agosto são a maior e mais importante manifestação cultural popular e tradicional do município, de grande, na verdade excepcional participação popular.

Os negros, quando escravizados, trouxeram consigo suas crenças e tradições. Continuaram homenageando seus reis e cultuando seus deuses. Um desses reis foi o famoso "Chico Rei", escravo na região de Ouro Preto, mas que era príncipe em sua tribo africana. Aqui, os seus súditos e companheiros de escravidão o fizeram rei e, de acordo com a tradição, comandava as festas de culto a seus deuses. Chico Rei tornou-se célebre por ter, juntando aos poucos ouro em pó que trazia das minas misturado aos cabelos, conseguido comprar sua própria liberdade. Uma vez homem livre, conseguiu ainda a liberdade de vários de seus companheiros de infortúnio. Na falta de um rei verdadeiro, elegiam alguém, entre eles, para que os representasse e, assim, faziam o seu cerimonial. Como aconteceu com a macumba, o candomblé, a umbanda, os negros relacionaram seus deuses aos santos da Igreja Católica e passaram a cultuar Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. O Divino Espírito Santo está associado aos Marujos e Caboclada.

A mais antiga notícia sobre as Festas data de 1839, quando "Marcelino Alves pediu licença para tirar esmolas para as festas de Nossa Senhora do Rosário e do Divino Espírito Santo, que pretendia fazer nesta freguesia". Quando se comemorou a coroação de Dom Pedro II, em 8 de setembro de 1841, foram permitidos oficialmente vários divertimentos durante três dias: Catopês (mesmo Congago/Congada de outros lugares, com belas características regionais); Cavalhadas, Volantins e quaisquer outros divertimentos que não ofendam a moral pública". (PAULA, Hermes de)

Embora da mesma origem dos Congados, Moçambiques, Zumbi e outros similares de outras regiões, o nosso Catopê, talvez por ter ficado isolado dos outros irmãos, com o tempo foram adquirindo características próprias, a começar pelo próprio nome, Catopês, que seria o nome da dança ou do ritmo, como o batuque.

Os Catopês são um grupo de homens (apenas de alguns anos para cá algumas mulheres têm participado como “Catopeias”, com o Mestre Zé Expedito tendo sido o primeiro chefe a aceitá-las em seu grupo), a que chamam também terno, formado de adultos, jovens e crianças.

UNIFORME OU VESTIMENTA E ACESSÓRIOS

Quanto ao "uniforme", usam calça branca, a camisa de manga comprida também branca. Na cabeça, atam um lenço, que não é mais obrigatório, e sobre este assentam um belo capacete, espécie de cilindro oco de papelão, nas dimensões da cabeça, aberto dos dois lados, enfeitado de qualquer cor, menos preta, como azul, rosa, vermelho, verde e amarelo; bordado com espelhos, aljôfares (pérolas muito miúdas) e miçangas, considerado, hoje, o "símbolo" das Festas de Agosto de Montes Claros. Deste capacete, que chega até quase ao chão, com cerca de um metro de comprimento, descem inúmeras fitas coloridas em larguras variadas, com uma das pontas presas ao capacete e a outra esvoaça ao sabor dos ventos de agosto! O capacete dos chefes, além desses enfeites, traz no topo penas de pavão - penas de ema eram usadas no passado -, que lhe dão uma distinção especial, embora, com a permissão de Mestre Zanza, os demais membros dos grupos de catopês tenham, nos últimos anos, usado capacetes semelhantes aos dos chefes. Como, geralmente, o capacete é feito pelo próprio Catopê, a sua aparência final vai depender inteiramente do gosto e poder aquisitivo de cada um para compra dos adornos, que, na imensa maioria, é baixo. Mas o Catopê cuidadoso, a cada ano, vai acrescentando mais fitas, aljôfar, penas, etc, o que torna o "Capacete do Catopê" uma obra de arte ou um espetáculo à parte! Cada Catopê conduz um instrumento musical: tamborim, pandeiro ou caixa, em geral fabricados por eles mesmos, usando couro de bode ou cabrito. No passado, uma flauta dava poesia ao conjunto.

No início, aqui em Montes Claros, o terno era composto apenas por negros, mas, hoje em dia, não existe mais essa exclusividade, ao contrário do que acontece em outras cidades, como Minas Novas, por exemplo, onde existem duas congregações, a dos Homens Negros e a dos Homens Brancos. Todavia os componentes dos ternos de Catopês são, em sua maioria, pretos dóceis e alegres, como no passado. Agrupam-se "em ternos"; cada um com mais ou menos componentes, entre quarenta, cinquenta, setenta a oitenta pessoas (antigamente ficavam em torno de vinte componentes), somente homens, até o ano de 2012, nos Grupos de Catopês de Nossa Senhora do Rosário. Apresentam-se em duas colunas, começando pelos mais altos e seguindo em ordem decrescente pela altura até os menores. O chefe dança e comanda os cantos entre as duas colunas e na frente há dois porta-bandeiras – ou mais - à paisana.

FESTAS DE AGOSTO: 176 ANOS DE EXISTÊNCIA E RESISTÊNCIA

As Festas de Agosto de Montes Claros contam com 176 (cento e setenta e seis) anos de existência e resistência, a se completarem neste mês, no período de 19 a 23 de agosto de 2015, em que os Catopês ou Dançantes, Marujos ou Marujada, Caboclinhos ou Caboclada percorrem ruas centrais de Montes Claros - trajeto: Rua Dom João Antônio Pimenta, Rua Camilo Prates, Praça (central) Dr. Carlos e Rua Governador Valadares -, saindo da Praça Dr. João Alves, em frente ao Automóvel Clube de Montes Claros, que oferece espaço interno para apoio aos Festeiros, abrigando, até a saída, Reis e Rainhas, Imperador e Imperatriz, príncipes e princesas, pais ou responsáveis..., até a Praça Portugal, onde fica situada a Igreja ou Igrejinha do Rosário, a "Igreja dos Catopês" -, seguindo seus Reis e Rainhas de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito, bem como o Imperador e a Imperatriz do Divino Espírito Santo, além de longo cortejo de príncipes e princesas, cantando, dançando e louvando os seus santos de devoção!...


Nesses grupos estão representadas as três raças que originaram o povo brasileiro. Os Catopês são de origem africana. Agrupam-se em ternos, entre adultos e crianças. Apresentam-se em duas colunas, começando, normalmente, pelos mais altos e seguindo em ordem decrescente pela altura até os menores. O Chefe dança e comanda os cantos entre as duas colunas. À frente há três porta-bandeiras nos Grupos chefiados pelo Mestre Zanza e João Faria, e quatro à frente do Grupo de Catopês chefiado pelo Mestre Zé Expedito. Os próprios Mestres, filhos ou familiares, membros dos grupos é que confeccionam as bandeiras, em cetim, conforme a “cor” da Festa: Reinados de Nossa Senhora do Rosário (na cor azul) e de São Benedito (na cor rosa) e o Império do Divino Espírito Santo (na cor vermelha), que são enfeitados com flores feitas de purpurina, recebendo acabamento em franjas; o estandarte é feito de madeira (cedro). São usados ainda cetim, purpurina e fitas coloridas no arremate das bandeiras. A vestimenta, chamada de “uniforme”, é composta de calça e camisa (alguns ainda usam paletó) de cor branca. Na cabeça, atam um lenço e sobre este assentam um capacete, espécie de cilindro oco de papelão nas dimensões da cabeça, aberto dos dois lados e enfeitados com espelhos, aljôfar, miçangas e fitas de várias cores, que medem mais ou menos um metro de comprimento. Uma das pontas presa ao capacete e a outra esvoaça ao sabor dos ventos de agosto... O “Capacete dos Catopês”, o símbolo das Festas de Agosto de Montes Claros, chama sempre a atenção de quem o vê!... O Chefe usa capacete enfeitado de penas de pavão, compradas a R$ 4,00 cada neste ano, com o Mestre Zé Expedito, por exemplo, tendo adquirido 2.000 (duas mil) penas, para a confecção de quarenta e cinco capacetes, contendo cerca de quarenta penas de pavão cada um, em 2013. Usou-se pena de ema por muito tempo. O capacete dava uma distinção especial aos chefes de Catopês, no passado, mas, há alguns anos, os Mestres passaram a permitir aos demais componentes dos grupos o uso do capacete. Cada membro conduz um instrumento musical - pandeiro, tamborim e caixa -, feitos pelos próprios Catopês, de modo especial os Chefes e familiares, utilizando madeira (pinho), couro de bode e fitas coloridas. Uma flauta de bambu dava, no passado, poesia ao conjunto.


GRUPOS DE CATOPÊS, MARUJOS E CABOCLINHOS

São três os Grupos de Catopês ou Congado/a de Montes Claros: 1º Grupo de Catopês de Nossa Senhora do Rosário, com cerca de 70 a 80 (setenta a oitenta) integrantes, da comunidade do Bairro Morrinho, chefiado pelo Mestre Zanza (João Pimenta dos Santos), que completou 82 anos de idade no último dia 10 de maio de 2013, 78 deles de Catopê; 2º Grupo de Catopês de Nossa Senhora do Rosário, chefiado pelo Mestre João Faria (João Batista Faria), também com 82 anos de idade, nascido em 15.06.1933, que conta com cerca de 60 (sessenta) integrantes, entre jovens e adultos, das comunidades dos Bairros Vila Anália e Camilo Prates, e o Grupo de Catopês de São Benedito, chefiado pelo Mestre Zé Expedito (José Expedito Cardoso do Nascimento), com 72 anos de idade, nascido em 27.01.1943, que conta com cerca de 50 (cinquenta) componentes das comunidades dos Bairros Renascença, Clarice Athayde, Independência e Alterosa II. De Marujos há dois Grupos: a 1ª Marujada, chefiada pelo Mestre Tim (Iderielton Oliveira da Cruz), filho do grande e saudoso Mestre Nenzinho (José Calixto da Cruz), que o antecedeu no cargo, da comunidade da Vila Ipiranga, e a 2ª Marujada, chefiada pelo Mestre Tone Cachoeira (Antônio Ferreira), que a assumiu após o falecimento do famoso Mestre Miguel Marujo, sendo Tone Cachoeira da região da Fazenda Mocambinho. A Chefe do Grupo de Caboclinhos é Maria do Socorro Pereira Domingos, a Cacicona Socorro (Maria do Socorro Pereira Domingos), da comunidade do Bairro Vilage do Lago II, filha do saudoso chefe da Caboclada, Mestre Joaquim Pólo (Joaquim Pereira da Silva), que conta com inspirado, marcante e esplendidamente “cantante” (à semelhança do pai Poló...) apoio do irmão Dudu (Waldir Leal Pereira), como 2º Chefe, na condução dos Caboclinhos.

PORTA-BANDEIRAS

O 1º Grupo de Catopês de Nossa Senhora do Rosário (Mestre Zanza) e o 2ª Grupo de Catopés de Nossa Senhora do Rosário (Mestre João Farias) contam com três porta-bandeiras; o Grupo de Catopês de São Benedito (Mestre Zé Expedito) tem quatro porta-bandeiras; a 1ª Marujada (Mestre Tim) e a 2ª Marujada (Mestre Tone Cachoeira) contam com quatro porta-bandeiras e a Caboclada com cinco. No passado, se apresentavam à paisana, hoje com roupas em cetim, conforme a cor da bandeira ou do santo homenageado.


A TRADIÇÃO DOS CATOPÊS OU DANÇANTES

Os Catopês ou Congado formam uma espécie de dinastia; vêm tradicionalmente passando, nas mesmas famílias das comunidades de origem, de pais a filhos e netos, que começam cedo a "brincar" nas belas Festas. São, pois, conservadores, devotos de Nossa Senhora do Rosário, de São Benedito e do Divino Espírito Santo. As Festas de Agosto fazem parte do catolicismo popular da cidade. Os "ensaios" dos grupos, com vistas às Festas, começam já no mês de maio; uma vez por semana, aos sábados à noite, preferencialmente, saem pelas ruas em redor das comunidades com suas caixas e pandeiros, à paisana, cantando as costumeiras cantigas, algumas novas, pelos Chefes dos Grupos acrescentadas, outras de forma natural modificadas...


CATOPÊS OU DANÇANTES: 
OS DONOS DAS FESTAS DE AGOSTO DE MONTES CLAROS

Os Catopês ou Dançantes são considerados os "Donos" das Festas de Agosto, pois têm por obrigação orientar em tudo a organização das visitas, programação religiosa e festiva sob a responsabilidade dos Mordomos (Donos das “Bandeiras”) e Festeiros (Organizadores dos Reinados e Império), e acompanhar os mesmos - reminiscência das festas de Chico Rei em Ouro Preto - que consta do seguinte: anualmente, sorteiam-se famílias da comunidade - hoje as famílias dispostas a participar das festas, na condição de Festeiras, é que se oferecem normalmente para tal junto aos Mestres - entre aquelas que apresentam previamente interesse em realizar o Reinado de Nossa Senhora do Rosário (que recebem nas vestes, adereços e elementos decorativos a cor azul); de São Benedito (a cor rosa) ou o Império do Divino Espírito Santo (a cor vermelha), objetivando o cumprimento de promessas aos santos ou por amor às Festas, com os seus filhos ou netos (crianças ou pré-adolescentes) saindo de Rei, Rainha, Imperador e Imperatriz, ao fim de longo séquito ou acompanhamento formado por príncipes e princesas na mesma faixa etária, filhos de familiares das Famílias Festeiras ou Festeiros de Nossa Senhora do Rosário, de São Benedito e do Divino Espírito Santo, assim como de amigos, convidados e quaisquer outros membros da comunidade que se interessem em ver seus filhos ou netos, bisnetos compondo o cortejo de príncipes e princesas das Festas de Agosto, bastando, para isso, que se apresentem, junto ao(s) filho(s) ou neto(s) - e/ou familiares, amigos, muitas vezes -, devidamente caracterizados, nos dias das Festas, sem a necessidade de convite, inscrição ou pagamento de taxas, como pensam muitos, às 09h00 do dia da Festa escolhida, em frente ao Automóvel Clube de Montes Claros, na Praça Dr. João Alves, onde se iniciam as Festas, genuinamente populares. A Equipe de Apoio da Coordenação de Eventos da Secretaria Municipal de Cultura/Prefeitura de Montes Claros ajuda a organizar o cortejo ou séquito de príncipes e princesas do Reinado ou Império, com as crianças menores sendo acompanhadas pelos pais, de modo especial, pela mãe.

TRÊS GRUPOS DE CATOPÊS 

1° Grupo de Catopês de Nossa Senhora do Rosário, chefiado pelo Mestre Zanza (João Pimenta dos Santos)
2° Grupo de Catopês de Nossa Senhora do Rosário, chefiado pelo Mestre João Farias (João Batista Farias)
3°Grupo de Catopês de São Benedito, chefiado pelo Mestre Zé Expedito (José Expedito Cardoso do Nascimento)
                                                    
COORDENADOR DAS FESTAS DE AGOSTO DE MONTES CLAROS: 

JOÃO PIMENTA DOS SANTOS, O MESTRE ZANZA

MESTRE ZANZA: O grande Coordenador das Festas de Agosto de Montes Claros é João Pimenta dos Santos (Mestre Zanza), que começou nas Festas como "Catopê de Colo", aos quatro anos de idade e, aos dezesseis anos, passou a chefiar o grupo (1° Grupo de Catopês de Nossa Senhora do Rosário), recebido do pai, João Pacífico Pimenta Santos, que, por sua vez, o recebeu de seu avô Pacífico Pimenta. Além de Coordenador das extraordinárias Festas de Agosto de Montes Claros, Mestre Zanza é Presidente da Associação dos Grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros, criada com apoio técnico dos promotores culturais Raquel Mendonça e João Batista de Almeida Costa (Joba Costa), para maior organização e fortalecimento dos notáveis grupos, cuja sede se situa na Rua Humaitá, nº 126, com Rua Santa Efigênia, no Bairro Morrinho - Montes Claros/MG.

MESTRE JOÃO FARIAS: O Mestre João Farias assumiu o 2º Grupo de Catopês de Nossa Senhora do Rosário em 1969; antes dele vieram o Mestre "Seu" Francisco de Jura (Procurador - cargo desaparecido - Mestre Martim Biscoiteiro) e o Mestre Sebastião Gama, Procurador Zé Aristides.

MESTRE ZÉ EXPEDITO: O Mestre Zé Expedito começou nas Festas de Agosto aos oito anos, em 1952, tendo sido “Catopê de Fila” por trinta anos, até assumir o Grupo de Catopês de São Benedito, em 1982. Antes dele, lembra os Mestres Ezequias, Manoel de Custodinha (este famoso por seus feitos nas Festas!), Mestre Orlando...

DOIS GRUPOS DE MARUJOS OU MARUJADA: 

1ª. MARUJADA, chefiada pelo Mestre Tim
2ª. MARUJADA, chefiada pelo Mestre Tone Cachoeira

Os Marujos são de origem européia, que narram e exaltam os feitos e as aventuras dos marinheiros portugueses ou descobridores, nas danças e tradições portuguesas trazidas em alto mar por marinheiros ao Brasil, assim como os princípios cristãos da religião católica. Compõem a Marujada, além dos Marujos, um Patrão, um Contramestre, um Piloto e um Calafatinho, assim como os guardas. Saem cantando e dançando; o Patrão, o Contramestre e o Piloto (que no passado usava bastão) portando espada, em formação militar, constituindo duas colunas, com pandeiros, violas, violões e cavaquinhos. A roupagem tradicional não se assemelha em nada com marinheiros de verdade - são calças compridas com babados de renda; uma blusa enfeitada de aljôfar e rendas; chapéu branco com fita da mesma cor da roupa e aba “quebrada” na testa. Metade dos marujos se veste de cetim azul e a outra metade de vermelho. Há diferenças de vestimentas usadas pelo Patrão, Contramestre, Piloto e Calafatinho. A 1ª e a 2ª Marujadas de Montes Claros contam com três porta-bandeiras. Entre os Marujos mais populares e queridos desaparecidos, os mais lembrados são “Aníbal, o Carroceiro”, o “Mestre Nenzinho” e o “Mestre Miguel Marujo”!...

1ª. MARUJADA: 

Neste ano, o 1º Grupo de Marujos ou Marujada de Montes Claros, comandado pelo Mestre Tim, que tomou para si a responsabilidade da Marujada, em seu potencial e originalidade, completa 113 (cento e treze) anos dentro de uma mesma família. A “Marujada do Mestre Nenzinho” foi fundada em 17 de setembro de 1902, por Francisco Taboca, junto a um amigo gaúcho conhecido como Geraldo Tropeiro. Desde então, foi passando, geração após geração, a membros da mesma família: Francisco Taboca, Tião Taboca, Ramiro Taboca, Chico Testa, Nenzinho Taboca, até o Mestre Tim, bisneto de Francisco Taboca, o fundador do terno.

2ª MARUJADA

A 2ª Marujada de Montes Claros era chefiada pelo grande e saudoso Mestre Miguel Marujo (sapateiro de profissão e Marujo de Devoção), que a conduzia com a seriedade e garra que lhe eram peculiares. Após o seu lamentado falecimento, assumiu o grande e belo Grupo de Marujos ou Marujada o popular Mestre Tone Cachoeira (Antônio Ferreira), da região da Fazenda Mocambinho.


GRUPO DE CABOCLINHOS OU CABOCLADA DE MONTES CLAROS

Os Caboclinhos ou Caboclada são os nossos índios ou folgança de reminiscência indígena e o grupo é formado em sua maioria por crianças entre 7 a 10 anos (ou ainda menores), formando dez a quinze pares, vestidos de saiotes vermelhos, enfeitados de plumas, conduzindo arcos e flechas; a cabeça guarnecida por capacete de penas. Participam ainda as figuras adultas da Mamãe-Vovó e Papai-Vovô, além dos músicos, que não são “indígenas” e usam trajes comuns de passeio, portando rabecas ou rebecas (violino rústico), violões, violas e cavaquinhos, com cinco porta-bandeiras. No passado, havia ainda na Caboclada as figuras do Cacicão, Pantalão e Capitão Campó. As bandeiras são feitas com tecido de seda vermelha, em razão de a Marujada e a Caboclada estarem ligadas diretamente à devoção ao Divino Espírito Santo.

DIAS DE FESTA E COMO ACONTECEM

Nos dias de festa, a partir das 09h00 da manhã, os Catopês ou Congado saem pelas ruas da cidade cantando e pulando no ritmo dos tambores, junto à Marujada e Caboclada. Os Festeiros compõem ou organizam o Reinado ou Império: em um quadro formado por quatro bastões de mais ou menos três metros e enfeitado de papel crepom colorido, agrupam-se o Rei, a Rainha (ou o Imperador, a Imperatriz), o Primeiro Príncipe e a Primeira Princesa (que devem substituir o rei/rainha, imperador/imperatriz, em caso de necessidade), todos vestidos de acordo com os títulos. A Banda de Música do 10º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais, sob a regência do Major João Jorge de Almeida Soares, acompanha o séquito, abrilhantando, ano a ano, o excepcional evento cultural religioso, assim como grande massa popular, até a Capela do Rosário ou de Nossa Senhora do Rosário. Os Catopês ou Congado/a vão à frente, cantando e dançando, até a entrada do Reinado ou Império na igreja, onde assistem à missa celebrada com emoção e vibração incomuns pelo Padre João Batista Lopes, o "Padre dos Catopês", que comemora, neste ano, “Bodas de Ouro Sacerdotais”, retornando à condução religiosa das Festas de Agosto -, já totalmente recuperado de problema de saúde que o afastou das Festas em 2011, 2012 e 2013, substituído, de forma também profunda, do ponto de vista religioso, e exemplar, pelo Padre Fernando Soares de Almeida, - para acompanhar entusiasticamente, em vivas e vivas ou vivório aos Santos homenageados, Catopês, Marujos e Caboclinhos, Reis e Rainhas de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito, Imperador e Imperatriz do Divino Espírito Santo!... Depois do desfile e evoluções pelas ruas, ao entrarem na igreja, os Grupos dançam e cantam, como a mais famosa canção das Festas de Agosto de Montes Claros:

"Deus te salve, Casa Santa
Onde Deus fez a morada
Onde mora o Cálix Bento
E a Hóstia Consagrada - Bis"

Outra cantiga de entrada no templo:

“Em casa santa, nós entra nela,
Com prazer e alegria...”.

O chefe ou mestre canta todos os versos - são várias as cantigas, algumas em adoração a Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e ao Divino Espírito Santo - em seguida, os outros componentes cantam as mesmas em dueto, repetindo muitas vezes. Na hora da saída da Igreja, dançando mais suavemente, não dão as costas para o altar e, sempre de frente para o mesmo, cantam:

“Adeus, adeus
Não chores não
Para o ano eu voltarei
Pra cumprir nossa missão”.


*OBS.: A palavra original não era “missão” e sim “tenção”, que significa devoção, veneração, termo substituído, nos últimos anos, pela palavra “missão”.



“Nossa Senhora - Bis

Até para o ano que vem” - Bis


Outros cânticos comuns:

     “(...) A retirada, a retirada
           Eh meus camarada
           Eh meus camarada!...”

          “Oi tarimbaruê, tarimbaruá
          Adeus, Senhor Rei
          Adeus, Sá Rainha
          Até para o ano
          Se Deus quiser...”.

          “Com a graça de Deus
          E de Nossa Senhora
          No ano que vem
         Haveremos de voltar...”

O(s) último(s) grupo(s) a se apresentar(em) na Igrejinha do Rosário, após a Missa, é aquele cujo santo está sendo homenageado - após o que seguem para a casa ou local da festa, oferecida, organizada e financiada pela Família Festeira - os pais do Rei e da Rainha ou do Imperador e Imperatriz, responsáveis pelo almoço -, com apoio de Equipe da Secretaria Municipal de Cultura/Prefeitura de Montes Claros, que ajuda a servir o almoço aos Catopês, Marujos, Caboclinhos, Rei e Rainha ou Imperador e Imperatriz, príncipes, princesas e familiares, assim como pessoas gradas convidadas. Gente do povo em geral invade o "reduto real" sem convites, pois se trata de uma festa autenticamente popular.

O Mestre canta e os membros dos Grupos ou Ternos repetem em várias vozes:

“Lá vem o nosso rei
Com sua rainha ao pé

E lá mais atrás

Vem o "fio" do Guiné” - Bis

....x....

“Ô meu São Benedito
Onde eu vou pará?
Vou pará
No Rosário!...”

....x....

“São Benedito
Como sua casa cheira
É de cravo é de rosa
É de fulô de laranjeira”

....x....

“Vamos s`embora
Ei, vamos s`embora
Ei, ei! Vamos s`embora
Ei, ei! Vamos s`embora”

E muitas outras mais, como as abaixo, da Marujada...

OS DOZE PARES


“Ah! São chegados os doze pares - Bis
Lá da parte do oriente
Vem dando graças ao Divino

Um Senhor tão soberano” - Bis

....x....


LÁ NO CÉU TEM UM CASTELO

“Lá no céu tem um castelo
Lá no céu tem um castelo, ah!...
Quem formou foi o rei da Glória
Quem formou foi o rei da Glória, ah!!...
Filho da Virgem Maria - Bis
E de Nossa Senhora!...”

....x....

A BARCA NOVA

“Vamos ver a barca nova - Bis
Ai! Que do céu caiu no mar - Bis
Nossa Senhora vai dentro
E os anjinhos a remar.”

....x....

TODO MUNDO JÁ DIZIA

“Todo mundo já dizia

Que essa dança não saía - Bis
Venha ver! Venha ver – Bis
Pois a dança está na rua - Bis
Com prazer e alegria” - Bis

....x....

ANDANTE


O Patrão canta:

“Gente, que terra é essa - Bis
Terra de grande alegria
Oi, terra de grande alegria”


Respondem os marujos:

“É o campo do Rosário
Que festejamos este dia” - Bis

....x....


GENTE QUE VEM DE LISBOA


“Gente que vem de Lisboa - Bis
Gente que vem pelo mar
Laço de fita de seda

Na ponta da vela

Meu pombo real” – Bis

....x....

VIEMOS

“Viemos, viemos, viemos

Oh! Viemos com muita alegria - Bis
Porque viemos louvar
A Virgem Maria” - Bis

“Viemos, viemos, viemos
Oh! Viemos todos meus irmãos - Bis
Porque viemos louvar

O Divino Espírito Santo” - Bis

....x....

MOÇA MINEIRA

“Moça mineira, ei...
Chega na janela - Bis
Venha ver marujo
Que lá vai pra guerra”

(...) e outros variados cânticos dos Marujos.

DA CABOCLADA...

“Sou caboco, caboquinho
E não brinco com ninguém
Quando pego na minha flecha

Flecho-flecho muito bem”

“Meus sinhores, não repare
Os caboco de ancê
Porque inda nada sabe
E é tempo d`aprendê”.
(...)

....x....

“Sou cacique, caciquinho
Senhor lá da mataria
Entre arcos e entre flechas
Tenho muita fidalguia”.

....x....

“Ao romper do dia

Ao romper da aurora - Bis
Viva o Divino
E Nossa Senhora” - Bis

....x....

(...)

“Meus senhores e minhas senhoras - Bis
Ora, adeus, até para o ano” – Bis


AS FESTAS NO PASSADO E PROGRAMAÇÃO 2015

Antigamente, as Festas de Agosto realizavam-se nos dias 15, 16, 17 e 18 de agosto. Começavam sempre no dia 15, com o levantamento do Mastro - de responsabilidade do Mordomo ou Mordoma - de Nossa Senhora do Rosário, atualmente em frente à Igrejinha do Rosário, até o dia 18 de agosto. Nos dias de hoje, fazem-se as Festas no fim de semana mais próximo a essas datas, a fim de facilitar para os participantes dos grupos, geralmente pessoas de baixa renda, como carroceiros, pedreiros e operários que têm dificuldade de justificar a falta ao trabalho.

PROGRAMAÇÃO 2015

Neste ano de 2015, as Festas de Agosto realizar-se-ão entre os dias 19 e 23 de agosto

- Dia 19, à noite - às 21h00 -, acontece o Levantamento do Mastro de Nossa Senhora do Rosário 

- Dia 20, quinta-feira, pela manhã, realiza-se o desfile do Reinado de Nossa Senhora do Rosário, com saída às 09h00 da Praça Dr. João Alves até a Igrejinha do Rosário. Participa ainda do cortejo, com brilho, e anualmente, a Banda de Música do 10° Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais

- Dia 20, à noite, acontece o Levantamento do Mastro de São Benedito. 

- Dia 21, sexta-feira, pela manhã, realiza-se o Reinado de São Benedito e, à noite, acontece o Levantamento do Mastro do Divino Espírito Santo. 

- Dia 22, sábado, pela manhã, realiza-se o desfile do Império do Divino.


APRESENTAÇÃO DOS GRUPOS NA IGREJINHA DO ROSÁRIO

Na Igreja, há a celebração da missa, bênçãos, vivas, culminando com a apresentação dos grupos, que dançam, fazem belas evoluções e cantam cantigas tradicionais ou não, de cunho religioso e folclórico.


 ENCONTRO MINEIRO DE TERNOS DE CONGADO NA ASSOCIAÇÃO DOS CATOPÊS


Às 10h00 de domingo, na sede da Associação dos Grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros, terá lugar o já tradicional “Encontro Mineiro de Ternos de Congado”, que teve início em 1983, por iniciativa do Mestre Zanza, uma realização da Associação dos Catopês com apoio da Secretaria Municipal de Cultura/Prefeitura de Montes Claros, com a participação de grandes grupos de congado da região norte-mineira, como os de Bocaiúva, Francisco Sá, Brasília de Minas, Fernão Dias e São Romão; do Vale do Jequitinhonha, como os de Diamantina e Serro e do estado, como Timóteo, com destaque para os “Arturos” de Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, após o que há, na sede da Associação, Almoço de Congraçamento dos grupos de Catopês, Marujos, Caboclinhos e Congados convidados. O Encontro já chegou a reunir na cidade doze grandes Grupos de Congado do estado. Pelo menos seis a oito grupos de congado compareciam anualmente ao grande Encontro, recebendo condução de qualidade, bem como boa hospedagem e alimentação aos congadeiros mineiros convidados, através da Secretaria Municipal de Cultura de Montes Claros.

Um detalhe diferencia o nosso Catopê do Congado de outros lugares. Nos Congados o Rei e a Rainha são sempre negros e adultos, pessoas ligadas diretamente aos Ternos. Em Montes Claros são sempre crianças, no máximo pré-adolescentes, independente da raça ou cor, membros das famílias que se inscrevem ou se oferecem, pleiteando a realização das Festas, geralmente em cumprimento a promessa.

A explicação ou justificativa que há a respeito de tal diferença, ou seja, porque crianças - a maior parte delas – e não adultos negros, é que essa festa era excluciva das senzalas. Apenas os escravos participavam. No entanto, era costume não só aqui, como em outras partes, a existência da mãe-preta, uma escrava que amamentava os filhos do senhor. Para essa função, era sempre escolhida uma mulher de boa saúde e boa índole, em quem os patrões pudessem confiar suas crianças. E sempre acontecia que essa escrava, pelo fato de alimentá-las com seu leite, acabava por se sentir meio mãe, apaixonada e dedicada ao “sinhozinho” ou à “sinhozinha”.

Consta que, em certa época, uma criança filha de um fazendeiro adoeceu, doença grave. Tentaram-se os recursos médicos da época sem resultados. Foi quando entrou em cena a mãe-preta, desesperada com a quase certeza da perda do “filho”. Disse aos pais da criança que ia fazer uma promessa a São Benedito, pedindo pela vida do menino e que, se ele se salvasse, sairia como rei na festa dos escravos. Os pais que, a essa altura, já estavam recorrendo a qualquer coisa que lhes desse uma esperança, aceitaram o compromisso. O fato é que a criança começou, logo em seguida, a apresentar melhoras, e, em alguns dias, estava completamente sã. O pai cumpriu a promessa da escrava e, no ano seguinte, pela primeira vez, um menino branco foi o rei na festa dos negros.

A notícia do milagre correu. A partir daí é que houve a mudança. A festa saiu da senzala. Os patrões passaram a participar e a promovê-la, sempre pagando promessa a Nossa Senhora do Rosário, a São Benedito ou ao Divino Espírito Santo, que até hoje é mantida, com muita força e vigor pelos seis grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos.

DESFILE DE ENCERRAMENTO

Às 15h00, saem da Praça Dr. Chaves os Reinados, Império, grupos de Catopês, Marujos, Caboclinhos e Congados, na Procissão de Encerramento, que passa pela Av. Filomeno Ribeiro, Rua Dr. Santos, Rua Dom Pedro II, Rua Camilo Prates e Rua Governador Valadares, cercada de populares em palmas vigorosas de viva emoção, até a Igreja do Rosário, para a celebração da Missa e bênção finais.

FESTIVAL FOLCLÓRICO DE MONTES CLAROS

Neste ano acontece o 37° Festival Folclórico de Montes Claros, paralelamente às Festas de Agosto, com patrocínio da PETROBRAS e apoio da Associação dos Artistas Plásticos de Montes Claros, que tem à frente o grande nome de Afonso Teixeira, o conhecido “Belão”.

O “Festival Folclórico de Montes Claros”, com shows musicais ou de dança popular e barraquinhas de bebida e comida típica, é uma realização da Secretaria Municipal de Cultura/Prefeitura de Montes Claros.


PROGRAMAÇÃO 2015: 

- Quarta-feira à noite, dia 19, apresentação de Márcia & Maciel (Associação dos Poetas e Repentistas Populares do Norte de Minas)

- Quinta-feira à noite, dia 20, Cícero Billy Alves e Tino Gomes

- Sexta-feira, dia 21, Ciro Araújo e Yuri Popoff

-Sábado, dia 22, Berrodágua e Beto Guedes


APOIO FINANCEIRO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA/ PREFEITURA DE MONTES CLAROS

 Os seis grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros, cujos chefes e membros, num total de cerca de seiscentas pessoas, trabalham o ano inteiro na confecção e reforma de vestimentas ou uniformes, adereços, instrumentos musicais etc, muitas vezes sacrificando o já apertado orçamento familiar, e passando dificuldades de toda ordem, recebem anualmente ajuda financeira da Secretaria Municipal de Cultura/Prefeitura de Montes Claros, no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), ou seja, R$ 5.000,00 para cada grupo, que neste ano chegará a R$ 10.000,00 por grupo, perfazendo um total de R$ 60.000,00.

As ruas por onde passam os grupos recebem decoração, com peças feitas pela Equipe de Decoração de Eventos da Secretaria de Cultura, como “saias de fitas coloridas” e belos estandartes com os santos homenageados.


RIQUEZA MINEIRA - Bem Cultural Imaterial da União

Pela sua extraordinária beleza e riqueza culturais, as Festas de Agosto de Montes Claros, com seus famosos CATOPÊS/CONGADO, que atraem a admiração do país inteiro e visitantes do exterior, com o seu capacete de fitas coloridas já tendo se transformado em “símbolo” das esplêndidas Festas, já foram lembradas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, através de seu ex-Superintendente, historiador Fabiano Lopes de Paula, para Registro como “Bem Cultural Imaterial da União”.



- “Catopês de Montes Claros” - Virgílio Abreu de Paula;
- Festas de Agosto – Catopês – “Montes Claros, sua história, sua gente, seus costumes", Vol. 3, Costumes, pág. 138, de Hermes Augusto de Paula, historiador;
- As Festas de Agosto de Montes Claros e Atualização dos demais textos e informações complementares: Raquel Mendonça: Promotora Cultural, historiadora, escritora e jornalista - Gerente de Preservação e Promoção do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Montes Claros da Secretaria Municipal de Cultura/Prefeitura de Montes Claros.

domingo, 9 de agosto de 2015

- Reflexão do Dia -

"Assim como o inimigo é especialista em armadilhas, fiqueis em paz, pois Deus é especialista em Livramentos."

Amém!

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

CONVITE:

OS SALTIMBANCOS


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VENHAM SE DIVERTIR COM A GENTE!!!!!!

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