terça-feira, 30 de agosto de 2016

- DIA V -


FACULDADES SANTO AGOSTINHO PRESTAM SERVIÇOS À COMUNIDADE

Promovido pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), por meio do Serviço Social da Indústria (SESI), no último sábado (27/08), os cursos de Administração, Direito, Enfermagem e Engenharia Elétrica das Faculdades Santo Agostinho, participaram do Dia do Voluntariado na Praça Francisco Beato Coll, no bairro Maracanã, Montes Claros-MG.


Professor Vanderley

Professora Simarly



Das oito ao meio-dia, diversas ações foram oferecidas à comunidade. Entre elas, o curso de Enfermagem, acompanhado pela professora Alanna Paraíso, realizou procedimentos como aferição de pressão arterial, glicemia capilar, orientações sobre câncer de mama e agendamento de mamografia. “Agendamos o exame para pacientes que se enquadram no grupo de risco, ou seja, mulheres com idade entre 50 e 69 anos, de acordo com o Ministério da Saúde”, explicou a professora Alanna.

O curdo de Engenharia Elétrica, em parceria com a Cemig, deu dicas sobre consumo consciente e redução de riscos em relação a acidentes com energia elétrica dentro das residências. “A população como um todo é muito carente de informações sobre o uso correto da energia elétrica, então apresentamos um simulador de consumo para mostrar à comunidade algumas informações sobre o assunto, principalmente em relação às precauções e sobre riscos de acidente, ou seja, quando a energia elétrica não é usada de forma correta, pode causar graves incidentes e até mesmo a morte”, esclareceu o professor do curso de Engenharia Elétrica e técnico de expansão do sistema elétrico, Vanderlei Lopes Bahia.

Através do Núcleo de Práticas Jurídicas Comunidade, o curso de Direito prestou serviço de orientação jurídica. A coordenadora do NPJ, Kelle Caldeira, explicou que eventos como o “Dia V”, facilitam a prestação do atendimento junto a quem precisa. “Recebemos vários tipos de demandas como direito de família; questões que envolvem direitos reais, que são posse de propriedades; relação de consumo, entre outros. Dessa maneira, verificamos se a demanda que essa determinada pessoa apresenta, necessita de uma ação judicial. Assim, ela é encaminhada ao NPJ para que a gente possa adotar as medidas necessárias para que essa pessoa possa ter o seu direito salvo aguardado”, disse.

Coordenado pela professora Naiara Vieira, o curso de Administração atendeu empresas da região do ‘grande Maracanã’ com esclarecimentos sobre capacitação nas áreas de finanças, logística, marketing e planejamento de gestão. A coordenadora da extensão das Faculdades Santo Agostinho, Simarly Maria Soares, explicou que o atendimento feito junto a essas empresas durante o evento foi apenas o primeiro dia do “Projeto Educação Empreendedora”.

“Aproveitamos o ‘Dia V’ para lançarmos o projeto, que é oriundo do Programa Promicro, desenvolvido pelo Serviço Brasileiro de Apoia às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). O ‘Educação Empreendedora’ é uma parceira com a Sala do Empreendedor, mantido pela prefeitura. Dessa maneira, teremos a oportunidade de realizar ações e capacitações na linha de empreendedorismo para micro e pequenos empresários, além de dar suporte no pilar chamado acesso à justiça”.

A professora Simarly explicou ainda que atualmente em Montes Claros existem mais de 30 mil microempreendedores. “O polo Maracanã foi o primeiro a ser escolhido por apresentar um grande número de micro e pequeno empreendedor. Nele, iniciamos o atendimento do seguimento vestuário. Faremos um diagnóstico com os pequenos empresários da região e em seguida será ofertada uma capacitação com módulos de gestão empresarial”, disse.

Os interessados no atendimento podem procurar o curso de Administração das Faculdades Santo Agostinho, no campus shopping e fazer a inscrição.


domingo, 28 de agosto de 2016

Reflexão -

" Se ajudar os outros lhe parece difícil demais, tente ao menos, não prejudicá-los."
-Dalai Lama -

Crônica -

FAZENDA CANTINHO

*Juvenal Caldeira Durães

No início da década de trinta, meu pai dispôs de sua padaria em Montes Claros e comprou uma propriedade rural de nome Cantinho, com uma distância aproximada de dez quilômetros de nossa cidade, para onde fui, ainda nos braços de minha mãe, viver até os dez anos de idade, naquele lugar sagrado, cercado pelos meus familiares, agregados e vizinhos, que ainda conservo na minha memória.
            
Ali, até o céu era nosso. Terras férteis, lavouras com safras abundantes, moagem de cana, fabrico de farinha e de laticínio caseiro, criação de galinhas, engordas de animais suínos e bovinos. Foi um tempo feliz, de paz e de alegria, de movimentação e de fartura para nós, agregados e vizinhos.
             
Minha mãe era do lar e de pouca instrução, porém, de grande experiência e sabedoria. Aprendi muito com seus conselhos e estórias interessantes, de fundo educativo e filosófico.  Meus irmãos eram unidos e davam-me apoio e atenção. Meu pai era convivente, calmo por natureza, versátil e gostava de novidades. Fazia as construções da fazenda com ajuda de nossos empregados. Construiu a igrejinha de Santo Antônio para nossa devoção, onde reuníamos à tarde do último domingo de cada mês para louvar o nosso padroeiro.
              
Era uma época favorável à pecuária e à agricultura, com mão de obra fácil e chuvas de verão constantes e abundantes. Quando o veranico de janeiro era inclemente e prolongado, minha mãe reunia os agregados e vizinhos para a famosa penitência de nove dias, que partia ao meio dia com o sol a pino, de nossa casa até a igrejinha de Santo Antônio. Todos em fila dupla, rezando, com pedra na cabeça, um ramo verde numa mão e uma garrafa d’água na outra, para depositar ao pé do cruzeiro em frente à capela. Geralmente, o santo padroeiro nos escutava e mandava chuvas antes de terminar a novena, para a nossa alegria e perpetuação da fé.
          
Além das mulheres e filhas dos agregados, tínhamos Altina, mulher solteira, robusta e disposta que morava conosco e fazia os trabalhos domésticos mais simples. Lembro-me dos carreiros que passaram por lá: Juca, Antônio Contendas e Geraldo Farias que cuidavam da traia carreira transportando lenhas para a cidade com os bois. Mathias era nosso empregado de confiança que zelava pelos nossos bens e impunha respeito na vizinhança. Era famoso pelas mortes que cometera e sempre dizia que estava às ordens de meu pai para qualquer coisa, contudo, nunca foi acionado por nós. Meu pai era pacífico por natureza e nunca cometeu qualquer ato de violência.  
           
Nossa família era convivente e estimada na região. Dos nove filhos, eu era o quinto: Antônia (Sinhá), Waldomiro, Aristeu e Alíria mais velhos. Adélia, Maurício, Violeta e Marina, mais novos. Hoje, Eu, Adélia, Maurício e Marina são os que ainda restam daquele mundo glorioso de outrora que o vento levou. Nada permanece para sempre, tudo é passageiro, a vida imprevisível e efêmera.    

           
Foto, com palavras saudosas de minha mãe.  Igreja na Fazenda Cantinho, em homenagem a Santo Antônio, feita pelo meu pai Arthur Caldeira de Souza, na década de 30. Nela podemos ver, numa reunião de um terço de último domingo do mês: Meu pai ao lado do oratório do padroeiro, eu aos 7 anos de idade de boné na mão e ao lado de minha irmã  Adélia e de meus irmãos Maurício e Aristeu. Do Lado esquerdo, podemos ver: minha mãe Maria Durães com minhas irmãs Violeta, no colo; Alíria, de branco; Sinhá, ao lado de tia Judith e suas enteadas; agregados e vizinhos presentes e também, o nosso cachorrinho Zip.
           
Os meus padrinhos D. Maricota Durães e seu filho Geraldo Caldeira Brant, nossos parentes, eram reservados e afastados.  A negra Felícia, nossa serviçal e minha “madrinha de carrego”, que me manteve nos seus braços durante a cerimônia do batizado, dava-me todo carinho e proteção. Eu a chama de madrinha e ela me chamava de meu filho. Como as pessoas simples são bondosas! O ar de riquezas separa as pessoas, geralmente, por ilusões e ignorância. Estamos no mesmo barco e a vida não merece tanta atenção.
                  
No meio do ano, festejávamos o nosso padroeiro, com fogueira, rezas na igreja, farta mesadas de café com biscoitos, bolos e o famoso jantar da meia noite, do dia doze de junho de cada ano. Ali reuniam a vizinhança, nossos parentes de Montes Claros e de Juramento, que vinham passar todos os anos, aquelas noites alegres, saudosas e inesquecíveis, juntamente conosco. A sanfona de cento e vinte baixos, do sanfoneiro Exupério, zoava a noite inteira para a satisfação dos incansáveis dançantes. Até eu, “puxava” uma acanhada garotinha encostada na parede, e saia dançando no meio da rapaziada que rodopiava no salão com suas belas garotas.
                 
Dias depois, íamos para nossa casa da cidade situada no bairro Roxo-verde para participarmos dos festejos folclóricos de agosto com seus dançantes vestidos de branco, com capacetes enfeitados de fitas coloridas e espelhinhos redondos, cantos tristes em louvor ao Santo Benedito, acompanhados de violas, caixas e pandeiros, representando os escravos africanos no Brasil Colonial. Os marujos trajando roupas e chapéus sofisticados, tocando músicas bonitas e representando os marujos portugueses descobridores do Brasil. Os caboclinhos com suas vestes cobertas de penas de aves e com seus arcos de flechas representando os indígenas brasileiros. Finalmente, a cavalhada, com seus cavaleiros montando belos cavalos representando a Guerra Santa da Era Medieval. A contenda dos Mouros vestidos de vermelho e dos Cristãos vestidos de azul era uma grande atração. Eu, que não perdia nenhuma dessas atividades de agosto, torcia, mesmo sem saber o verdadeiro significado, para o azul.  Hoje os cavaleiros foram abolidos dessas festividades, talvez, para não se lembrar das atrocidades da Guerra Santa.    
                 
No fim do ano, recebíamos nas altas horas da noite, as visitas das folias com suas violas afinadas, caixas batendo, rebecas e pandeiros soando, acompanhando os foliões com suas músicas melódicas em louvor aos Santos Reis.  
                 
No começo do ano seguinte, retornávamos à nossa casa, no bairro Roxo-verde para as cerimônias da Semana Santa. Assistíamos as severas pregações dos padres europeus, confessávamos os nossos pecados, comungávamos e dias depois, esquecíamos as penas do inferno e de seus capetas e caíamos nos festejos carnavalescos tão condenados pelas pregações severas dos nossos sacerdotes.
                  
Assim, era a nossa vida. Vivíamos com farta alimentação natural, com tranquilidade, sem ambição e preocupações com riquezas, com luxos e outras futilidades O dinheiro era de pouca circulação. Meu pai tinha sua reserva com vendas de gado e outros animais, de vez em quando. Além disso, tínhamos, diariamente, o dinheiro com a venda de lenha para movimentar os fogões de Montes Claros. Um carro de lenha variava de dez a treze mil reis, que nos serviam para as pequenas compras de alguns produtos que a fazenda não produzia, tais como: café, querosene, fósforo, remédios e outras bugigangas. Naquela época não era usado o gás e as famílias valiam–se dos fogões à lenha para cozinhar seus alimentos.
                  
Os agregados viviam sem segurança previdenciária e eram diaristas, quando necessário, servindo de nossas terras para seus plantios, para alimentarem suas famílias. Eram responsáveis, trabalhadores e honestos e viviam em paz e satisfeitos com nossa família e com os vizinhos.
                   
Os problemas que surgiam eram intermediados pelas famílias, amigos e compadres. A Justiça nunca era recorrida nos problemas da região rural e a Polícia era evitada pela sua famosa violência e arbitrariedade.
                     
Assim foi a minha infância, alegre no meio de minha família, dos agregados e dos vizinhos, correndo pelas vastas terras da fazenda, nadando nos rios de águas correntes entre os peixes e nas lagoas povoadas de pássaros aquáticos, o que me deixa saudades indeléveis das coisas passadas, que parecem mais sonhos que realidade. A vida é dura, o que hoje nos parece prazer e alegria, poderá ser motivo de tristezas e saudades no futuro. Hoje, o Cantinho tornou-se campo de treinamentos do 55º Batalhão do Exército e, aquela movimentação do passado, só resta na nossa memória. 

Juvenal, Maurício, Adélia, Marina e Violeta

Como tudo passa!        
            

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Crônica -

SAUDADE DE GOIA

*Georgino Júnior

Em certa época, ele era tido como a voz mais bonita do rádio de Montes Claros. Motivo mais que suficiente para que, cedo ainda, se mudasse para Belo Horizonte onde logo passaria a ser conhecido como uma das vozes mais bonitas nos meios radiofônicos da capital do Estado... Isso foi há muito tempo.

Agora minha amiga e minha irmã Raquel Mendonça pretextando homenageá-lo pede-me que fale um pouco sobre o dono daquela voz, motivo mais que suficiente para que seja atiçado neste velho peito o fogo de uma terna e enorme saudade.

Acho que nem eu, nem os milhares e habituais ouvintes da voz a que me refiro, estamos ainda preparados para conviver com a ausência de Eduardo Lima entre nós.

Mais que dono de uma bela voz Eduardo Lima, ou Duardolima, ou Goia, ou Tchê como também o chamávamos era possuidor de outros talentos raros, como o de fazer amigos e preservá-los com cuidado, ou o de ser o grande poeta, o excepcional cronista, o insuperável prosador do rádio e do jornalismo mineiros.

Além de companheiro e confidente, tive o privilégio de ser seu amigo por mais de quatro décadas e conhecê-lo na intimidade junto aos filhos, que ele fez aos montes, e das mulheres tantas e muitas que amou desesperadamente, vida inteira.

Costumo dizer a quem queira ouvir, que nessas quatro décadas a que me referi acima, Eduardo Lima, ao lado de Walmor de Paula foram os mais talentosos e os mais brilhantes cronistas da minha geração na imprensa escrita de Montes Claros, isso numa época pródiga e fecunda de talentos na arte de escrever e de criar belezas nas folhas dos periódicos, como o foram os jornalistas Luis Carlos Novais e Reginauro Silva, por exemplo.

Mais que amigo, Eduardo Lima foi meu irmão de fé, camarada, a quem devo o belíssimo e generosíssimo prefácio do meu livro de poemas. E para quem, a seu pedido, fiz dez ilustrações para seu correspondente livro, também de poemas que publicaria se a “indesejada das gentes” não o tivesse levado antes da hora para brincar de outra coisa junto às estrelas.

Como Rubem Braga, Duardolima também esteve entre nós caçando brisas e tristezas, embora essas caçadas se dessem em meio ao burburinho das festas, das saias das mulheres e das alegrias mundanas, porque felizmente tinha outros pesos na massa do seu sangue.

Que o homenageiem agora, sim e muito, é o mínimo que Montes Claros e a literatura da cidade podem fazer para perpetuar seu nome entre nós e entre os mais jovens.

Parafraseando o que deixou escrito no meu livro, eu também digo que Eduardo Lima foi um homem formidável. Ao relê-lo eventualmente, mais confirmo a alegria que possuo de ter podido ser seu amigo durante tanto tempo. E mais o admiro.

É como se eu estivesse no vácuo, num túnel de embevecimento, sem ouvir sinal sequer, nenhum ruído, o mínimo sussurro da nossa amizade.

Amigo, amar-te mais é o que pude e posso. 

Saudade!

                

Reflexão -

'Certas coisas você só deve contar pra Deus.'

Crônica -

As Lágrimas de Boavista

* Jerúsia Arruda


Na noite do último sábado, 20 de agosto, no palco do 38° Festival Folclórico de Montes Claros, montado na Praça da Matriz, bem em frente à Igreja de Nossa Senhora da Conceição e São José, Charles Boavista chorou. Ele também cantou. E cantaram com ele Carlos Maia, Herbert Lincoln, um Batuta de cabelos embranquecidos e outros meninos que chegaram há pouco à música, já com o privilégio de dividir cena com o genial artista, que há 64 anos nasceu Agnaldo Pereira, na Fazenda Boavista, na cidade de Francisco Sá, Norte de Minas.

É verdade, ele cantou. Cantou a história dos Montes Claros e seus amores e dissabores, do Rio São Francisco e seus favores, do Norte de Minas e seus senhores, mas o que ele mais fez foi chorar. Do começo ao fim do show. Copiosas, incontroláveis e dadivosas lágrimas que lavavam seu rosto e o coração de quem assistia ao pranto que, misturado ao canto, era um presente para o coração de quem conhece a história desse norte-mineiro, que desbravou o Rio de Janeiro e São Paulo, e levou Montes Claros para o mundo através da sua arte, como ator, cantor ou como barranqueiro do rio São Francisco, que por aqui é definição.

Alguém, por favor, tire o copo de Charles Boavista, para que não o percamos de vista, e ele permaneça por mais tempo entre nós. Ainda há muita gordura para queimar nessa fábrica de sonhos que é a música que ele entoa, que nos faz ficar rindo à toa, diante da sutileza de seus versos e da riqueza e leveza que neles incidem.

Precisamos da "Balada de Antônio Dó", de "Desentoado", da "Valsa do Amor distante", de "Olhe bem as montanhas", de, ao menos mais um milhão de vezes, ouvi-lo cantar "De Trem prá Montes Claros".

As lágrimas de Boavista eram um espelho da beleza da festa que reúne tanta gente, num espaço apertado pela história, com todo mundo querendo guardar na memória um recorte do que se passa no lado velho da cidade, para sentir saudade quando a idade chegar.

As lágrimas de Charles eram um pedido silencioso ao Divino, para não deixar morrer o menino que tanto fez em seus janeiros, e que conseguiu contar para o mundo inteiro o que por aqui se passa, sem para ele mesmo nada guardar.

Só a saudade, derramada nas lágrimas naquele quadrado de palco, onde parecia sozinho, mesmo com a multidão que com ele cantou "E eu pus um A, e pus um N e pus um G, um E e um L e um A e deixei lá. Oi! Meus camaradas...", e num uníssono emocionante, sem parar um único instante, também cantou "... e mês que vem eu vou de trem pra Montes Claros".

As lágrimas de Charles Boavista, um misto de alegria e saudade, eram, na verdade, a vontade de ver aquele momento se eternizar.


Longa vida a Charles Boavista!...


* Jornalista e cronista

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Reflexão -

Sabe aquele amor que mora ai dentro de você,
talvez seja a hora,
de colocar ele pra fora.

Porque o amor basta ao amor.

E nunca é tarde.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Comunidade QUILOMBOLA

GRUPO DE ESTUDOS FAZ VISITA À COMUNIDADE QUILOMBOLA

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No último sábado (20/08), alunos e professores do Grupo de Estudos Espaço Rural Arquitetura e Povos Tradicionais do curso de Arquitetura e Urbanismo das Faculdades Santo Agostinho realizaram uma visita à comunidade quilombola Bom Jardim da Prata, situada na zona rural do município de São Francisco-MG.

De acordo com o coordenador do projeto, professor Amaro Sérgio Marques, um dos objetivos da visita foi ampliar o conhecimento sobre a questão da habitação, do território e dos problemas sociais e culturais daquele povo. “A realidade desses povos são distintas da realidade urbana. Então, conhecer como vivem como se relacionam com o mundo a sua volta é uma maneira de tentarmos sugerir políticas públicas que melhorem a qualidade de vida dessas pessoas”, diz.

O curso de arquitetura da Santo Agostinho vem realizado trabalho de campo e coleta de dados há mais de três anos naquela região. Em 2015 os alunos realizaram uma visita à comunidade que resultou no Projeto de Escola Rural para a comunidade, mas que ainda aguarda recursos da Secretaria de Educação daquele município.

“Nesta última visita, os acadêmicos aplicaram um instrumento de coleta e fizeram o levantamento técnico de alguns imóveis (Projeto Minha Casa, Minha Vida Rural)”, explica o professor Amaro.

Durante a visita, o grupo realizou entrega de donativos como leite de caixinha, brinquedos e roupas. Durante a viagem, que contou com seis alunos e um professor, os alunos puderam participar de uma reunião com membros da Comunidade Quilombola de Bom Jardim da Prata, Buriti do Meio (São Francisco) e de Palmeirinhas (Pedras de Maria da Cruz).

Além disso, foram feitos dois mapas mentais por membros da comunidade, que serão analisados posteriormente. O objetivo é  que esses dados sejam tabulados e que o resultado seja apresentado em eventos científicos ainda neste ano.

Bom Jardim da Prata -

Bom Jardim da Prata é o principal núcleo de uma grande região ocupada historicamente por moradores de origem quilombola. Constituído por 88 famílias e cerca de 400 pessoas, o local fica na margem esquerda do rio São Francisco e é dividido em seis comunidades: Bom Jardim da Prata, São João Batista, Lagoa da Prata, Lagedo, Porto Velho e Pinhãozeiro.

Com informações do Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva - CEDEFES.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

EXPOSIÇÕES DO MUSEU REGIONAL DO NORTE DE MINAS

Exposição " O Circo da Vida"


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Vivi minha infância nos anos 80, geração que cresceu em frente à televisão recebendo influências da “Cultura Pop”. Foi uma época em que existia muita programação voltada para o público infantil, com seus desenhos animados e programas apresentados por bonecos (Muppets) que me encantavam. Mas me admirava também com os filmes da “Sessão da Tarde” que insistia em reprisar grandes aventuras dos anos 50, 60, 70... como Simbad e o Olho do Tigre, As Sete Faces do Dr. Lao, Fúria de Titãs, Star War... e tantos outros, com todo aquele mistério, magia e criaturas monstruosas,  germinando em mim o gosto pelo cinema, mitologia grega, pela arte de desenhar, por todas as artes de uma forma geral. Então tive meus ídolos como qualquer criança: Maurício de Souza, Disney... mas quem mexia com minha imaginação mesmo era um que eu nem sabia o nome, que vim a conhecer sua obra depois de adulto, o mestre do “Stop Motion”, Ray Harryhausen, responsável por criar os monstros mais bizarros dos filmes antigos, de uma época em que não existia computação gráfica. Daí nasceu meu encantamento por bonecos e, como resultado, esta exposição que resolvi intitular de “O Circo da Vida”, em que apresento tipos diversos, como num circo de atrações exóticas que despertam ao mesmo tempo medo, curiosidade e fascinação, onde o mestre de cerimônias é um velho mandarim chinês que anuncia suas atrações sem revelar como as reuniu ao longo dos anos ou séculos... ninguém sabe. Desde a mulher mais gorda do mundo até Zeus, o deus dos raios e trovões, passando por Carmem Miranda representando o exotismo da América da Sul até a melindrosa dos anos 20 e porque não uma velha feiticeira que pode ver seu passado, presente e futuro; uma misteriosa gueixa de gestos delicados vinda do distante Japão, criaturas nunca vistas pelos olhos humanos como o centauro, até chegar nos personagens típicos do nosso Brasil, como o deus Tupã, a negra rezadeira que lava roupas no rio São Francisco, Lampião e Maria Bonita, figuras tão encantadas quanto qualquer outra. Como esse velho mandarim reuniu tais figuras? Quem sabe? Esse é um dos grandes mistérios do circo, que nos fascina assim como a vida.


Marcelo de Castro Dettogni
*Artista Plástico e Professor de Artes Visuais


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Exposição Multilinguagem 

"Como nasce um catopê"



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Nas semanas anteriores às Festas de Agosto, em 2015, o artista visual Lucas Viggiani e a pesquisadora Mayra Fonseca fizeram uma série de visitas, entrevistas e observações de ensaios dos mestres de cultura de Montes Claros: catopês, marujos, caboclinhos. Com o objetivo de entender a formação (preparações, rituais, celebrações), transformação e resistência de um Catopê em Montes Claros, Lucas e Mayra se propuseram a contar a história do folguedo através de um olhar contemporâneo para o indivíduo, misturando a linguagem da fotografia, do texto ensaístico e de entrevistas.

A exposição se propõe a contar histórias dos brincantes da cultura dos Montes Claros: quem são essas pessoas, quais são os seus brinquedos populares (seresta, catopé, ciranda, cantigas de roda...), como esses brinquedos surgiram e inspirados em quê, o que precisa ser preservado dessas tradições... Um trabalho de documentação em entrevista e fotografia para estimular a salvaguarda e propagação da vida e obra dos patrimônios vivos da cidade.

A exposição será aberta ao público no próximo sábado, dia 23 de julho, à partir das 18h00. Em meio à exibição do resultado dos trabalhos acontecerá, ainda, uma homenagem aos mestres catopês de Montes Claros, às 19h00, que será seguida de uma mesa de debate com os autores da exposição, com a participação do mestre em História Social, o professor Jânio Marques Dias, e mediação da professora e integrante dos catopês Maria Ângela Figueiredo Braga.

O evento conta com o apoio da Unimontes, do Museu Regional do Norte de Minas, do Idea Espaço Cultural (BH/MG), do projeto Brasis, da Viggi Fotografia Criativa e do Buffet Maria Sabor.



Homenagem aos Mestres catopês!...


Data: 23 de julho à 09 de Setembro de 2016

Horário: À partir das 18h00

*Entrada Gratuita


Endereço do Museu Regional do Norte de Minas: 
Rua Coronel Celestino, 75, Centro. Montes Claros, Minas Gerais.

- Reflexão -

"Deus nos abençoa é por meio de nossas retas intenções."
- Pe. Fábio de Melo -

Crônica -

Capela do Rosário

 * Virgínia de Paula


A boa nova da restauração da Capela do Rosário levou-me ao passado, se é que existe realmente um passado. Tudo me parece tão presente!  No ano de 54,  eu entrei naquela capela pela primeira vez. Aquela outra capela, tão bonita, tão imponente... e que, de acordo com algumas pessoas, ficava no meio da avenida. Era noite. Meus olhos perderam-se olhando o teto, a escada, os pilares, as imagens dos santos... Já a conhecia bem pelo lado de fora. Morava na Dr. Veloso, com quintal voltado para o largo onde ela tinha sido erguida: o largo do Rosário.  Sonhava com aquele largo todas as noites, enquanto morei ali. O mesmo sonho. Melhor dizer o mesmo pesadelo. Descia a escadinha para o quintal e abria o portão. Ali na minha frente, ao lado da Capela, via uma cena de partir o coração. Escravos acorrentados, rostos contorcidos pela dor. Voltava para casa, entrava na cozinha, pegava uma faca e, como por milagre, ela servia de chave. Eu abria os cadeados, libertando um a um... até acordar. Tudo recomeçava na noite seguinte. Será que aquele largo foi algum ponto de escravos?! Será que ali ficavam esperando pelos futuros “donos”? Os sonhos deixaram de acontecer assim que me mudei para a "Chacrinha".

A mudança não foi para longe. Continuava vizinha da Capela, passando a frequentá-la mais amiúde, embora fosse comum ir à missa das crianças na Matriz, ou à missa da capela do Colégio Imaculada. Mas foram muitas as vezes que preferi a missa das 8 horas na Capela do Rosário. Padre Ciardo! Ou seria Siardo? Ou seria um nome bem diferente? Sendo estrangeiro, falava com forte sotaque. “Uma parrede não pode ser brrranca e amarrela ao mesmo tempo”, disse numa de suas práticas. Práticas que os homens nunca ouviam. Assim que tinham início, todos se levantavam para um bate papo entre eles do lado de fora. Voltavam quando a prática, hoje chamada homilia, tinha fim. Ali, muitas vezes, ensaiei os cânticos de coroação da Matriz. Claro está que seus melhores momentos aconteciam em agosto, durante as Festas de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito. A festa do Divino tinha lugar na Matriz. Aquele largo ficava cheio e a Capela também se enchia para as missas cantadas pelos dançantes, com  a presença da “nobreza”. A Marujada chegava na carroceria de um caminhão, simbolizando a barca. Antes da missa, em pleno largo, dançavam a Rezinga ou Morte do Patrão. E os Caboclinhos representavam a Dança do Cipó. Imaginem o que sentiram ao saber que a Capela seria demolida. Um lugar sagrado. A festa teria fim. Impossível transferir aquela celebração para outra igreja.

Foi então que meu pai teve uma ideia. Marcou hora com o prefeito para apresenta-la. “Hermes, Se estamos derrubando a Capela, porque está atrapalhando o trânsito, como você quer construir outra no mesmo lugar?!” - “Não será no mesmo lugar. Será erguida no canteiro da avenida com frente para o largo. Sem atravessar a rua. Diminuta. O importante é salvar a Festa.” O prefeito, Dr. Simeão Ribeiro Pires, também historiador, entendeu bem o projeto do meu pai e sua importância. Deu o consentimento.

Tal projeto serviria para aliviar a dor da demolição da Capela antiga. Não aliviou. A noite da despedida despedaçou nossos corações. Todos os dançantes desceram para ali dançar pela última vez. Impossível esquecer o rosto molhado de lágrimas de Zé de Custodinha dançando o Sarambé em frente ao altar. Todos choravam com ele, inclusive meu pai. Eu não suportei ficar até ao fim. Minha mente infantil não entendia aquilo. Como atrapalhando o trânsito, se havia uma rua que a contornava? Os carros sempre passaram por ali sem problemas!...
     
Dia seguinte... a  demolição. Um “assassinato” consentido... e nada podíamos fazer. Meu pai aguentou chegar até lá para salvar algumas relíquias. Trouxe para a "Chacrinha" um dos pilares e pedaços do corrimão da escada. Trouxe também uma boa notícia: o cruzeiro antigo permaneceria no mesmo lugar. Evitei por meses passar por ali. As ruínas machucavam meu coração. Voltei apenas quando teve início a construção.


A Nova Capela
      
Teve como arquiteto o Mércio Guimarães, que, seguindo orientação do Dr. Hermes, optou por algo lembrando nosso folclore. O estilo seria modernista. Era tempo de Brasília e Oscar Niemayer fazia escola... Formato inspirado na Barca da Marujada. Na parte dos fundos, do lado de fora, haveria um painel de azulejos lembrando o que existe na capela da Pampulha de Belo Horizonte. Sobre o altar haveria um letreiro em neon com a frase “Deus te Salve Casa Santa”, uma das músicas dos Catopês. Meu pai não cabia de tanto contentamento ao ver a planta da Capela pronta. Dizem que foi premiada em algum lugar da Europa. Esse contentamento deu origem a uma interpretação incorreta dos seus sentimentos, agravada quando do lançamento da nova edição do seu livro “Montes Claros, sua História, sua Gente e seus Costumes.” Num dos capítulos, ele diz ter sido a favor da demolição. Que susto! Virgílio o procurou sem entender nada. “Mas como? O senhor sempre foi contra...” Ao que parece, devido à sua amizade com o então prefeito, achou melhor parar de censurá-lo. Afinal de contas, ele havia dado o consentimento e apoio à nova Capela. Por dentro, ele sentia diferente. Nunca esquecerei suas lágrimas. O contentamento era por estar salvando a Festa, por ver a alegria dos dançantes. Eles tomaram a frente na construção, que teve o Zanza como Mestre de Obras. Será que foi a partir daí que passou a ser conhecido como Mestre Zanza?!

E assim, pelas mãos dos Catopês, Marujos e Caboclinhos, a capelinha foi erguida. Infelizmente nunca completada. O letreiro em neon, assim que se quebrou, não foi substituído. O painel nunca foi feito. Faltou acabamento. Bancos da pior qualidade. E não funcionava como a antiga. Estava sempre fechada... sendo aberta só em agosto. Logo, os vidros das portas se quebraram. Triste passar por ali e ver o piso empoeirado, lixo acumulado. Nada de missas aos domingos. Nem ensaios de coroações. Vem meu pai com nova ideia. Descobre que uma igreja pode ser usada para eventos culturais. Procura o Bispo com a proposta de consentir que ela fosse usada pela comunidade. Dom José diz sim.  As vidraças quebradas são substituídas e o piso volta a ser limpo, porque ali passa a ter exposições de artesanato, aulas de inglês (como sala do Brasil/Estados Unidos), chegando a ser sede temporária do Cine Clube de Montes Claros. A população é informada que, conseguindo um padre, poderia pedir por missas especiais. Relembro o dia 19 de junho de 1966. A Capela belíssima e florida: Bodas de Prata do casal Hermes e Josefina de Paula. No início dos anos 70, é a vez da peça teatral “Hoje é Dia de Rock”. De autoria de José Vicente, a peça marcou aquele tempo. A montagem do Rio de Janeiro no Teatro Ipanema foi considerada pela crítica como o mais importante espetáculo de 1971. “Hoje é dia de Rock” é o nome de um dos mais ouvidos programas de rádio no Brasil nos anos 50 e início dos 60 pela juventude. A peça fala sobre cinco irmãos do interior de Minas vivendo as transformações da época, sob a influência do rock ‘n’ roll. Segue o estilo da década de 60 tocando em assuntos polêmicos, sem censura. Uma turma valente de nossa terra faz sua própria montagem. A Capela se transforma em teatro de arena com arquibancadas. Casa lotada todas as noites. Porém, uma turma de poder não aceita “aquilo” dentro de uma capela. Com boa vontade, ainda podemos ouvir os protestos. Dizem que até jogaram praga contra os atores. Dois deles sofreram grave acidente, deixando-os em coma por alguns meses. Assim, dramaticamente, encerram-se as atividades culturais na Capela do Rosário, que passa então a ser sala para velórios por anos a fio.
              
Dezembro de 2009. Encerramento da Celebração do Centenário de Hermes de Paula, com missa na capelinha, ao som de Folia de Reis. Minha mãe se emociona lembrando a todos da dedicação do homenageado ao folclore e à Capela. Que alegria ver suas portas abertas para algo tão bonito! Por que não sempre assim?  É então que começo a tomar conhecimento das boas novas. Em breve haveria missas dominicais. Também seria lembrada por ocasião da Semana Santa. Hoje vemos que as boas novas eram verdadeiras. E como uma coisa puxa a outra, perceberam a necessidade da restauração. O jovem e entusiasmado Padre Fernando, ao saber que nunca foi completada, entende que é hora de assim o fazer, seguindo o projeto original. Ao tomar conhecimento de sua importância histórica e folclórica, reconhece que a restauração não deve ser apenas para que os fiéis tenham mais conforto. Deve visar principalmente seu compromisso com os dançantes e nossa mais bela festa: as Festas de Agosto. Alguém lá em cima está muito feliz!...


* Memorialista, membro da Academia Feminina de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros - IHGMC

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

- FESTAS DE AGOSTO DE MONTES CLAROS -

A maior manifestação cultural popular tradicional da cidade

* Raquel Mendonça



“Deus te salve, Casa Santa
Onde Deus fez a morada
Onde mora o Cálix Bento
E a hóstia consagrada.”


                                                                        Obra 'Mestre Zanza' de Petter Frank


Montes Claros, “Cidade da Arte e da Cultura”, tem nas Festas de Agosto, - grande bem cultural imaterial do município -, a sua maior e mais importante manifestação cultural popular e tradicional, com 177 anos de existência e resistência, a encantarem e emocionarem montes-clarenses e visitantes a cada mês de agosto, que chega com a ventania, a criatividade e sabedoria populares.

São festas religiosas, parte expressiva e significativa do catolicismo popular da cidade, em honra ou homenagem a Nossa Senhora do Rosário, a São Benedito e ao Divino Espírito Santo, que reúnem práticas, dentro da parte ou programação religiosa, como o levantamento de mastros, missas e bênçãos; os Catopês ou Congado e seus belos capacetes enfeitados com espelhos, aljôfar e fitas coloridas, que se constituem no verdadeiro símbolo das Festas de Agosto; os Marujos ou Marujada e os Caboclinhos ou Caboclada, bem como o Reinado de Nossa Senhora do Rosário (na cor azul), o Reinado de São Benedito (na cor rosa) - reminiscências das festas de Chico Rei em Ouro Preto - e o Império do Divino Espírito Santo (na cor vermelha), com os Reis e Rainhas de Nossa Senhora do Rosário, de São Benedito e o Imperador/Imperatriz do Divino Espírito Santo, filhos de famílias da cidade sorteadas um ano antes ou que se oferecem, no mais das vezes em cumprimento de promessa, para assumir uma das três festas, além do longo séquito de príncipes e princesas, formado por crianças e adolescentes devidamente caracterizados, convidados pelas famílias festeiras, embora aberto à livre participação de toda a comunidade, ou seja, quaisquer crianças ou adolescentes interessados podem se vestir de príncipe ou princesa e participar do cortejo, organizado em frente ao Automóvel Clube de Montes Claros, na Praça Dr. João Alves, com apoio da equipe de eventos da Secretaria Municipal de Cultura. Todo o desfile pelas ruas principais da cidade é acompanhado, anualmente e com brilho, pela Banda de Música do 10º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais. Da programação festiva das Festas de Agosto, destaque ainda para as visitas e os lautos e bem servidos almoços oferecidos pelos Festeiros aos grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos, participantes dos Reinados e Império, familiares, autoridades e convidados.

À frente das Festas de Agosto, como seu grande e sábio Coordenador, o nome de João Pimenta dos Santos, o popular “Mestre Zanza”, presidente da Associação dos Grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros, localizada na Rua Humaitá, nº 126, com Santa Efigênia, no Bairro Morrinhos, realizadora das Festas, com apoio da Secretaria Municipal de Cultura/Prefeitura de Montes Claros (Prefeito de Montes Claros José Vicente Medeiros, Secretário de Cultura Carlos Roberto Borges Muniz e Coordenador de Eventos Pedro Ferreira). A Secretaria de Cultura/Prefeitura promove, paralelamente às Festas de Agosto, o Festival Folclórico de Montes Claros, neste ano, ainda em sua 38ª edição, com vasta programação folclórica, composta de shows musicais e de dança populares, todas as noites, em palco na histórica Praça Dr. Chaves/da Matriz, bem como espaços para barraquinhas de comidas e bebidas típicas.

 Além de João Pimenta dos Santos, Mestre Zanza, Chefe do 1º Grupo de Catopês de Nossa Senhora do Rosário, há João Batista Faria, Mestre João Faria, Chefe do 2º Grupo de Catopês de Nossa Senhora do Rosário (Bairro Camilo Prates); Wanderley Ferreira do Nascimento, Mestre Wanderley, filho do saudoso José Expedito Cardoso do Nascimento, Mestre Zé Expedito, chefe do Grupo de Catopês de São Benedito (Bairro Renascença) - a primeira Contra-Mestra é Vera Lúcia Ferreira Nascimento Siqueira, nada mais natural, pois Mestre Zé Expedito foi o primeiro a aceitar mulheres em seu grupo, as chamadas "Catopeias" -; Iderielton Oliveira da Cruz, Mestre Tim, chefe da 1ª Marujada de Montes Claros (Vila Ipiranga); José Hermínio Ferreira Pinto, Mestre Zé Hermínio, que substituiu Tone Cachoeira como chefe da 2ª Marujada; Maria do Socorro Pereira Domingos, a Cacicona Socorro, chefe do Grupo de Caboclinhos ou Caboclada, cujos membros residem nos Bairros Santa Cecília e Tancredo Neves. Marujos e Caboclinhos são ligados à devoção ao Divino Espírito Santo.

O Catopê é o mesmo zumbi ou congado de outros lugares, com características regionais; os Marujos exaltam os feitos dos marinheiros portugueses e os princípios cristãos da religião católica e os Caboclinhos ou Caboclada são uma folgança de reminiscência indígena, ou seja, representam os negros, os brancos e os índios, as três raças que formaram o povo brasileiro.

Neste ano de 2016, as Festas de Agosto, depois da abertura dos dois eventos, o popular (Festas de Agosto) e o municipal ou oficial (Festival Folclórico), no dia 16, às 20h00, no Centro Cultural Hermes de Paula, têm início propriamente no dia 17 (quarta-feira), à noite, em frente à Igrejinha do Rosário (Praça Portugal), com o Levantamento do Mastro (responsabilidade do Mordomo ou Mordoma) de Nossa Senhora do Rosário, às 21h00; no dia 18 (quinta-feira), a partir das 09/10h00, o Reinado de Nossa Senhora do Rosário sai da Praça Dr. João Alves (Automóvel Clube), percorre ruas centrais da cidade, até a Igrejinha do Rosário e, à noite, acontece o levantamento do Mastro de São Benedito; no dia 19 (sexta-feira), o Reinado de São Benedito e, à noite, o levantamento do Mastro do Divino Espírito Santo; no dia 20 (sábado), o Império do Divino Espírito Santo. No dia 21 (domingo), pela manhã, a partir das 10h00, na sede da Associação dos Grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos, o já tradicional "Encontro Mineiro de Ternos de Congado" e, à tarde, em torno das 15h30, a Procissão de Encerramento das Festas de Agosto, com os seis grupos de Catopês, Marujos e Caboclinhos, os dois Reinados e o Império, além dos grupos de Congado convidados, lembrando que o IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, de Belo Horizonte, já abriu processo, através da Superintendência do Imaterial (Corina Moreira), com vistas ao Registro como Bem Cultural Imaterial do Brasil, o que deverá contemplar todos os grupos de congado/congada de Minas Gerais, tendo visitado a cidade nesse sentido!...

Entre os grandes e autênticos apoiadores das Festas de Agosto, destaque absoluto para o notável e saudoso historiador e folclorista Hermes Augusto de Paula, o Hermes de Paula, autor de "Montes Claros - sua história, sua gente, seus costumes", que relata a história e trajetória das Festas, sem contar que oferecia a sua casa a Festeiros da família, como nós, e amigos, para ali realizarem o "Almoço", com destaque ainda para quem mais o fez ou faz, mas sem "inter-ferir" nas Festas, mantendo o devido e respeitoso distanciamento. Do passado, dentro da Cultura/Prefeitura, lembramos Marilene Mourão, quando funcionária do Centro Cultural Hermes de Paula e os também grandes nomes que estão sempre a apoiar os grupos, as Catopeias Raquel Muniz e Raquel Chaves, com mais pessoas da família participantes, que criou, em muito boa hora, a Organização Não Governamental/ONG "Amigos dos Catopês, Marujos e Caboclinhos" e, através da realização de eventos em prol dos grupos, vem contribuindo ainda mais com as Festas de Agosto, e muitos outros apaixonados.        

A riqueza do folclore ou cultura popular de Montes Claros é imensa e infinitamente diversificada, mas nada como as Festas de Agosto ou a Festa dos Catopês para mexer profundo com a alma do povo montes-clarense e norte-mineiro, na verdade, de todo o povo sertanejo, mineiro, brasileiro, além de visitantes do mundo inteiro, a falarem a língua única do real encantamento!...

- Lançamento -


Lançamento do Livro " Vitrine Cultural" 
de Zoráide Guerra David

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Dia: 17 de Agosto de 1026
Horário: Às 20h
Local: Centro Cultural de Montes Claros


Prestigie!!!



- Reflexão -

" Quando alguém julgar o teu caminho, empreste à ele os teus sapatos. "

Convite . Teatro

OPOCÁ APRESENTA
 AMORES VERÍSSIMOS


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Opocá, palavra de origem tupi guarani que significa rir! E é com objetivo de levar alegria e entretenimento, com apoio das Faculdades Santo Agostinho, que o Grupo Teatral Opocá apresenta no Centro Cultural de Montes Claros o espetáculo “Amores Veríssimos”.

Baseado na obra de Luís Fernando Veríssimo, a peça teatral, que pode ser definida como uma bem humorada reflexão para aqueles que vivem, viveram ou ainda viverão uma experiência romântica; traz 15 crônicas sobre encontros e desencontros entre homens e mulheres, além do universo de casais que discutem seus relacionamentos de forma cômica.

Além disso, a apresentação conta em seu repertório com letras líricas e ao mesmo tempo hilárias dos Beatles, imprimindo um tom ainda mais requintado ao espetáculo.

Para o ator Junior Xavier, um dos organizadores do evento, o teatro em Montes Claros ganha culturalmente e contribui com o desenvolvimento do município. “Além de levar emoção ao público, a companhia tem compromisso com a criatividade, com o resgate cultural e com desenvolvimento social”, afirma.

O Diretor de Marketing e Comunicação das Faculdades Santo Agostinho, Alexandre Moreira, lembra que o objetivo da ação é fazer com que a população pratique mais hábitos culturais. “Além de agregar valores positivos, a cultura é uma ponte para a promoção da cidadania”, diz.

Do total arrecado, 25% da receita do espetáculo será destinado à campanha “Salve Salve André”.


Data: As apresentações vão até o dia 14 de Agosto.

Horário: De sexta a domingo, com sessões às 19 e 21 horas.

Local: Centro Cultural de Montes Claros.

Valor: R$ 20,00 antecipados e R$ 10,00 para alunos da Santo Agostinho. 



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